Israel: 'Irã deve começar a temer'
Na véspera de encontro com Bush, Olmert adverte Teerã sobre programa nuclear do país
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, advertiu ontem o Irã sobre as conseqüências do programa nuclear do país, dizendo que Teerã deveria 'começar a temer' as conseqüências de adquirir armas nucleares. 'Eles (os iranianos) devem temer se não fizer um acordo com a comunidade internacional', disse Olmert, de acordo com a porta-voz Miri Eisin. A ameaça foi feita durante o vôo a caminho de Washington, onde Omert deve se reunir hoje com o presidente dos EUA, George W. Bush.
Olmert descreveu o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, como 'um homem pronto para cometer crimes contra a humanidade' e disse que as ambições do Irã serão o principal tema de seu encontro com Bush. A visita do primeiro-ministro ocorre dias depois que os democratas derrotaram os republicanos nas eleições legislativas do dia 7, e tem como objetivo redefinir a política americana em relação a Israel após a derrota do partido de Bush.
Apesar do comentário agressivo de Olmert, o vice-ministro de Defesa de Israel, Ephraim Sneh, afirmou que uma ofensiva militar israelense deveria ser considerada apenas como último recurso, após esgotadas todas as vias de negociação. 'A opção militar teria conseqüências graves', disse Sneh.
Em resposta às declarações do premiê israelense, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Ali Hosseini, afirmou que a reação a um eventual ataque militar israelense será 'destruidora'. 'Israel não dispõe dos meios para ameaçar o Irã porque sua situação de segurança é frágil', declarou Hosseini. Além disso, Hosseini anunciou que o Irã instalará 3 mil centrífugas de enriquecimento de urânio até março de 2007.
O anúncio acontece um dia antes de os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha) mais Alemanha retomarem em, Nova York ,as discussões sobre o projeto europeu de resolução contra o Irã. O chefe iraniano de negociação nuclear, Ali Larijani, declarou que, se o CS adotar a resolução com todas as restrições previstas, significará o fim das negociações com as grandes potências.
O projeto europeu prevê sanções econômicas e comerciais contra o Irã, mas não interfere nas atividades vinculadas à construção da usina iraniana de Bouchehr, que conta com a cooperação da Rússia - fator indispensável para a obtenção do apoio russo. Os EUA, por sua vez, querem endurecer o projeto europeu.
Os seis países 'iniciarão uma fase explicativa, mas ainda não encerrarão a negociação', disse o embaixador da França na ONU, Jean-Marc de La Sablière. Os seis países, porém, não chegaram a um acordo sobre a extensão das sanções.
Em Teerã, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad criticou os esforços da ONU para impor restrições a seus país. 'É vergonhoso que o Conselho de Segurança ameace os países que buscam combustível nuclear com objetivos pacíficos', afirmou. AP e AFP
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