Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) desconsidera estudos científicos que comprovam a impossibilidade de coexistência entre o milho transgênico e o crioulo e aprova liberação em favor das grandes empresas de biotecnologia. A nota é da ASPTA e da Via Campesina e nos foi enviada por email.
Não bastou todos os clamores dos pequenos agricultores que querem permanecer com seu direito de plantar milho crioulo. Não bastou os diversos estudos que mostravam que a coexistência entre o milho transgênico e o crioulo são impossíveis, apresentados por alguns dos próprios integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
Nesta tarde (16/08), o lobby das empresas foi mais forte, mesmo que isso possa significar o fim da semente de milho crioula, ou até mesmo quadros de riscos à saúde humana. E assim mesmo, sem nenhuma garantia de que o milho transgênico possa coexistir com as diferentes formas de agricultura (convencional, transgênica, orgânica e agroecológica) que a CTNBio aprovou as normas de coexistência e monitoramento para a plantação de milho transgênico.
No momento da votação, manifestantes organizados na Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos carregaram cartazes que denunciam a irresponsabilidade da comissão em aprovar o milho geneticamente modificado sem que haja um estudo sobre seus impactos do no meio ambiente ou um plano de monitoramento pós-comercialização e regras para coexistência entre plantações transgênicas e não-transgênicas. Também como forma de protesto, cientistas contrários à liberação se retiraram da sala no momento da votação, pois consideram um golpe a forma como tudo foi discutido.
"Não se permitiu a discussão do plano de monitoramento, pôs-se a voto e confrontou-se todo o trabalho de pesquisa feito no último mês com uma resumida resolução normativa que já havia sido proposta. O nosso documento não teve nenhuma utilidade. Eu li meu documento, fruto de uma longa pesquisa, e novamente se põe em votação com uma posição que já vem trazida e que foi já decidida. Como eles são maioria, não tem discussão cientifica que suporte", denuncia a representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário e professora universitária, Magda Zanoni.
Riscos
O cruzamento do milho é do tipo aberta, ou seja, o vento, as nossas roupas, tudo pode levar o pólen transgênico e contaminar as outras sementes. O risco de perda do material genético original e a própria perda do direito de escolha do consumidor são seriamente comprometidos com essa aprovação.
Os movimentos camponeses defendem a agroecologia e o direito de todos e todas ao acesso a alimentos saudáveis e de qualidade, e alertam que a solicitação de liberação do milho transgênico no Brasil é feita somente por quatro transnacionais, o que pode levar a um monopólio de produção de sementes de milho no Brasil.
Com essa decisão da CTNBio, são mais de quatro milhões de hectares de plantações de milho crioulo que foram colocados em xeque em 30 minutos de intervenção e 5 minutos de votação. Agora, o pequeno agricultor só terá a proteção de 100 metros de distância entre o milho OGM e o crioulo para que seu produto não tenha contaminação. "Já existem estudos que mostram que é 1000 metros, 12 quilômetros, 20 quilômetros e até 71 quilômetros. Já tem 11 países que tiveram seu milho orgânico contaminados com o milho transgênico. A soja do Paraná já está se contaminando. Isso por que a soja é uma planta mais difícil de se contaminar", disse Zanoni.
O mais grave é que, com essa aprovação, abrem-se as porteiras para a perda da soberania das sementes de milho, já que as que são transgênicas são patenteadas por basicamente quatro empresas multinacionais. "Eu pergunto qual é o pequeno agricultor que contaminando que vai continuar comprando sementes das multinacionais? A semente é patenteada e se tiver uma planta transgênica em sua produção, vai ter que pagar para a multinacional que a patentiou", explica a representante do MDA.
Não bastou todos os clamores dos pequenos agricultores que querem permanecer com seu direito de plantar milho crioulo. Não bastou os diversos estudos que mostravam que a coexistência entre o milho transgênico e o crioulo são impossíveis, apresentados por alguns dos próprios integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
Nesta tarde (16/08), o lobby das empresas foi mais forte, mesmo que isso possa significar o fim da semente de milho crioula, ou até mesmo quadros de riscos à saúde humana. E assim mesmo, sem nenhuma garantia de que o milho transgênico possa coexistir com as diferentes formas de agricultura (convencional, transgênica, orgânica e agroecológica) que a CTNBio aprovou as normas de coexistência e monitoramento para a plantação de milho transgênico.
No momento da votação, manifestantes organizados na Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos carregaram cartazes que denunciam a irresponsabilidade da comissão em aprovar o milho geneticamente modificado sem que haja um estudo sobre seus impactos do no meio ambiente ou um plano de monitoramento pós-comercialização e regras para coexistência entre plantações transgênicas e não-transgênicas. Também como forma de protesto, cientistas contrários à liberação se retiraram da sala no momento da votação, pois consideram um golpe a forma como tudo foi discutido.
"Não se permitiu a discussão do plano de monitoramento, pôs-se a voto e confrontou-se todo o trabalho de pesquisa feito no último mês com uma resumida resolução normativa que já havia sido proposta. O nosso documento não teve nenhuma utilidade. Eu li meu documento, fruto de uma longa pesquisa, e novamente se põe em votação com uma posição que já vem trazida e que foi já decidida. Como eles são maioria, não tem discussão cientifica que suporte", denuncia a representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário e professora universitária, Magda Zanoni.
Riscos
O cruzamento do milho é do tipo aberta, ou seja, o vento, as nossas roupas, tudo pode levar o pólen transgênico e contaminar as outras sementes. O risco de perda do material genético original e a própria perda do direito de escolha do consumidor são seriamente comprometidos com essa aprovação.
Os movimentos camponeses defendem a agroecologia e o direito de todos e todas ao acesso a alimentos saudáveis e de qualidade, e alertam que a solicitação de liberação do milho transgênico no Brasil é feita somente por quatro transnacionais, o que pode levar a um monopólio de produção de sementes de milho no Brasil.
Com essa decisão da CTNBio, são mais de quatro milhões de hectares de plantações de milho crioulo que foram colocados em xeque em 30 minutos de intervenção e 5 minutos de votação. Agora, o pequeno agricultor só terá a proteção de 100 metros de distância entre o milho OGM e o crioulo para que seu produto não tenha contaminação. "Já existem estudos que mostram que é 1000 metros, 12 quilômetros, 20 quilômetros e até 71 quilômetros. Já tem 11 países que tiveram seu milho orgânico contaminados com o milho transgênico. A soja do Paraná já está se contaminando. Isso por que a soja é uma planta mais difícil de se contaminar", disse Zanoni.
O mais grave é que, com essa aprovação, abrem-se as porteiras para a perda da soberania das sementes de milho, já que as que são transgênicas são patenteadas por basicamente quatro empresas multinacionais. "Eu pergunto qual é o pequeno agricultor que contaminando que vai continuar comprando sementes das multinacionais? A semente é patenteada e se tiver uma planta transgênica em sua produção, vai ter que pagar para a multinacional que a patentiou", explica a representante do MDA.
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