Uma de cada cinco raças de gado, frango e suínos no mundo pode desaparecer nos próximos anos. O alerta é da FAO, que hoje divulga seu primeiro relatório sobre recursos genéticos no mundo e reúne, na Suíça, mais de 160 países para montar uma estratégia para evitar a extinção das raças de animais. Segundo a FAO, uma raça de suínos, ovelhas, frango ou bovinos desaparece por mês desde 2000. O temor é que a diversidade genética fique limitada, colocando em risco a alimentação. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 3-09-2007.
Com o incremento na população mundial de 6,3 bilhões de pessoas para 9 bilhões em 40 anos, a pressão sobre fontes de alimentos será cada vez maior.
'Um amplo portfolio de recursos genéticos é crucial para desenvolver a produção agrícola mundial e garantir nosso suprimento de alimentos', afirmou Jacques Diouf, diretor da FAO. O problema é que 60% dos países não têm estrutura de conservação de genes e a FAO espera contribuições de entidades internacionais e governos.
Para o especialista em recursos genéticos Carlos Sere, um dos afetados pode ser o Brasil. O País está fechando uma série de acordos com governos africanos para garantir pesquisas no desenvolvimento e manutenção de certas raças. Para o pesquisador, isso pode ser importante para desenvolver raças que melhor se adaptem a zonas semi-áridas ou tropicais. A Embrapa colabora com o governo de Gana para desenvolver genes que atendam a essas necessidades. 'Um gado que resista às condições do sertão pode ser fundamental para a economia do Nordeste', afirmou.
Hoje, a queda da diversidade ocorre por razões econômicas. Produtores africanos e asiáticos abandonam raças locais por animais mais produtivos, a maioria europeus. Mas a FAO alerta que pouco se sabe sobre resistência a condições às quais não estão adaptadas.
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