"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, setembro 05, 2007

Instituto Humanitas Unisinos - 05/09/07

Fusão cria a 4ª maior empresa de energia

Depois de mais de um ano e meio de negociação, o grupo privado franco-belga Suez, que atua no Brasil, e a estatal Gaz de France (GDF) anunciaram oficialmente ontem a sua fusão. A nova companhia será a quarta maior do mundo no setor de energia em termos de valor de mercado: cerca de 70 bilhões. A notícia é dos jornais Folha de S. Paulo e El País, 4-09-2007.

A fusão é considerada uma tentativa de reduzir a dependência européia em relação ao gás natural importado da Rússia e deve gerar polêmica - sindicatos franceses já disseram ser contra o negócio, que envolve a privatização da GDF.

Pelo acordo, o Estado francês terá 35,6% das ações da nova empresa, garantindo o seu controle. Hoje, o governo tem 80,2% das ações da GDF. Em 2005, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, então ministro das Finanças, prometeu que o Estado não teria participação na GDF inferior a 70%.

"O importante é ter o controle. Se tivermos o controle, controlamos a estratégia", afirmou o premiê François Fillon.

Um dos maiores sindicatos da França, a CGT, disse que pretende lançar um abaixo-assinado nacional para impedir a privatização da GDF. Segundo a CGT, a fusão das duas empresas acarretará alta nas tarifas cobradas dos consumidores.

Rússia

Para Cirelli, a nova empresa terá um "papel essencial" na consolidação do mercado de energia europeu. Em nota, as duas empresas disseram que "recentes acontecimentos no mercado de energia reforçaram a lógica industrial" por trás da operação, que acontece no momento em que a Europa tenta reduzir sua dependência energética da Rússia.

No início de 2006, a Rússia cortou o fornecimento de gás natural para a Ucrânia, principal rota do produto em direção à União Européia, devido a um impasse nas negociações sobre o preço e por problemas políticos entre os dois países. A decisão prejudicou o abastecimento de vários países da UE.

Negociações

Sarkozy, deu o empurrão final necessário para a realização do negócio, ao dizer, na semana passada, que preferia que a estatal se fundisse apenas com a divisão de energia da Suez. Com isso, haverá o desmembramento da divisão de água e lixo da companhia privada.

O acordo original, formulado em fevereiro de 2006 no governo do então premiê, Dominique de Villepin, rival de Sarkozy, incluía uma fusão de todas as divisões das duas empresas. Ele surgiu como uma medida para impedir que o grupo italiano Enel, que tinha feito uma oferta hostil pela Suez, controlasse a empresa.

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