O jornal Financial Times afirmou ontem que a valorização do real traz riscos para a economia brasileira. O diário britânico observou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está a caminho de superar 5% ao ano, a demanda e o crédito doméstico estão se ampliando velozmente, e o Brasil está protegido da volatilidade externa graças às elevadas reservas e aos superávits em conta corrente. A reportagem é de João Caminoto e Ribamar Oliveira e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 4-09-2007.
'O País, ao que parece, nunca esteve com saúde tão robusta', disse. 'Por que, então, tem havido recentemente tanta conversa sobre 'doença brasileira'?'
O FT cita o exemplo da 'doença holandesa', que atingiu o país europeu na década de 70, quando as exportações de uma reserva de gás recém-descoberta elevaram o valor da moeda a talponto que destruiu a competitividade do resto da economia. 'O equivalente no Brasil ameaça tornar o país uma vítima de seu próprio sucesso.'
Segundo o diário, o real forte está tornando os bens brasileiros menos competitivos e tem produzido protestos em vários setores da indústria. 'O perigo, segundo eles (os críticos), é que empregos com salários mais altos nas indústrias de capital intensivo e de outros setores tradicionais serão substituídos por outros com salários menores no setor de commodities.'
O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações, disse que 'a doença brasileira é boa para o setor primário e má para os de valor agregado'.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu à matéria publicada pelo Financial Times. 'Como se pode falar em desindustrialização se a indústria de transformação no Brasil está crescendo 5% este ano e cresceu 2,8% no ano passado?', questionou. 'A maioria dos setores industriais está crescendo. Por isso é um equívoco falar em doença holandesa', disse.
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