A pátria do futebol se tornou um importante jogador da economia mundial. É dessa forma que o jornal inglês The Guardian apresenta o Brasil, em um caderno especial de 20 páginas dedicado ao país, publicado ontem. Mas, apesar dos avanços, o diário aponta que ainda há problemas importantes a serem resolvidos. A reportagem é de Daniela Milanese e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 15-03-2008.
"A entrada de investimentos atinge recordes, as exportações de tudo, desde soja a biocombustíveis, estão disparando e a renda de ricos e pobres está subindo e gerando um boom de consumo", descreve a publicação. "O Brasil está vivendo um momento de alta do emprego, baixa inflação e constante crescimento econômico."
A criação de 1,4 milhão de empregos por ano aliada aos mais de US$ 100 bilhões em reservas externas, inflação anual de 4,7%, crescimento anual acima dos 4%, aumento do crédito, boom na construção civil e a valorização de mais de 60% registrada pela Bovespa no ano passado são os dados citados pelo jornal, descritos como "bons a espetaculares". Além disso, a nação exporta tanto jogadores de futebol quanto aviões e carros, destaca a publicação.
"O Brasil vive um momento muito positivo, apesar de ainda termos muitas coisas para fazer", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entrevistado pelo diário britânico. Segundo ele, se o País continuar nos trilhos da estabilidade econômica poderá apresentar números tão impressionantes quanto os da Espanha de algumas décadas, após Franco deixar o poder.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também entrevistado pelo jornal, disse que essa exuberância experimentada pelo Brasil "ocorre em razão dos fundamentos econômicos estarem todos corretos. O País hoje é menos vulnerável do que era no passado".
O diário também traz o perfil de alguns líderes que considera de destaque nesse ambiente: os presidentes da Vale, Roger Agnelli; da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli; do Banco Itaú, Roberto Setúbal, e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Apesar de ressaltar os pontos positivos, a publicação aponta desafios, como os problemas ambientais e de infra-estrutura e a elevada carga tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é descrito como "um socialista favorável ao mercado que ganhou reconhecimento internacional". O jornal levanta uma questão - se seria Lula o arquiteto do desempenho favorável do Brasil ou apenas um símbolo do seu sucesso.
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