Em 2008, o aumento do gasto com defesa na América do Sul é de 25,5%. Trata-se de um aumento recorde nas últimas décadas. A previsão d gasto militar regional chegará assim a 50 bilhões de dólares, frente aos quase 40 milhões em 2007. Trata-se de uma tendência geral dos países sul-americanos. Os aumentos anuais mais baixos se dão nos casos da Argentina, com 18%, e do Uruguai, 4%. Segue reportagem de Rosendo Fraga publicada no jornal argentino Clarín, 8-7-2008. A tradução é do Cepat.
Logicamente, estas porcentagens dão apenas uma idéia geral, já que o reequipamento é um setor relevante do aumento em países como o Brasil e a Venezuela, ao passo que em outros, como a Argentina, o aumento se concentra mais no setor pessoal (salários e aposentadorias).
Quanto ao montante total de gasto sul-americano, algo mais da metade, 55% - 27,5 bilhões de dólares - corresponde ao Brasil, que por sua população, território e PIB é aproximadamente a metade dos 12 países da região. Na seqüência vem a Colômbia com 6,7 bilhões, cifra que se deve em grande parte ao combate das FARC, o terceiro é o Chile, com 5,3 bilhões país que conta ainda com fundos destinados ao reequipamento militar provenientes das exportações de cobre, e o quarto é a Venezuela, com 3,3 bilhões, país que dá ao setor militar prioridade política.
Outra leitura que se pode fazer é o impacto do gasto militar sobre o PIB. A Colômbia é o mais alto, dedicando 3,34%, Chile destina 2,91% que se eleva para 3,73% ao se incluir os fundos provenientes da Lei do Cobre. O Equador dedica 2,01%, Brasil 1,70%, Uruguai 1,56%, Paraguai e Bolívia 1,55% cada, Venezuela 1% e Argentina apenas 0,87%.
América Latina comparada com outras regiões do mundo
Mas a outra referência é a comparação com outras regiões do mundo: a América do Sul destina 1,74% de seu PIB ao gasto com defesa e essa porcentagem é a menor do mundo em termos regionais, abaixo dos países da OTAN (Estados Unidos, Canadá e Europa), Rússia e Ásia Central, Oriente Médio, Oriente Próxima e África.
Quanto ao montante, os 50 bilhões de dólares gastos em Defesa na região, equivalem a 9% do que os Estados Unidos destinam a este setor, o que é lógico dados os compromissos estratégicos da maior potência militar do mundo. Mas representa 81% do que a França gasta e 81% do Reino Unido e 82% do gasto militar da China. O gasto sul-americano em defesa é aproximadamente um quinto maior que os do Japão, Alemanha e Rússia, respectivamente.
Concluindo, ainda que o aumento do gasto militar da América do Sul seja recorde em 2008 em relação a 2007 com relação ao último quarto de século, este se inscreve numa tendência mundial na mesma direção, que pode ser acentuado por tensões dentro da região, mas continua sendo o mais baixo em termos de porcentagem do PIB com relação ao resto das regiões do mundo.
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