O comentarista Marcos Falcão está cobrindo a reunião do G20 com exclusividade para o Blog e para o Portal Luís Nassif
Do Blog de Falcão
especial para o Portal Luís Nassif
Entrevista com Guido Mantega no G20 em Horsham.
O Ministro da Fazenda Guido Mantega concedeu nesta tarde uma entrevista aos Jornalistas presentes ao encontro dos Ministros do G20 em Horsham na Inglaterra.
Ele anunciou as decisões tomadas em conjunto pelos países que formam o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
1 - O Fórum para a Estabilidade Financeira (Financial Stability Forum) fundado em 1999 pelos Ministros da Fazenda e Presidentes do Banco Central do G7 é um grupo pequeno que pode ser aumentado e ser mais usado. O BRIC quer ter três assentos no FEF.
2 - O BRIC não irá acelerar o aporte de fundos capitais ao FMI enquanto for mantido o “Status Quo” do Fundo, isto é, enquanto não houver uma reforma na quota e vozes com relação à participação do BRIC junto ao Fundo Monetário Internacional.
O Ministro reconhece que não é provável que uma mudança aconteça já no encontro do G20 em Londres no mês de Abril, pode ser que isso acontece no encontro de Outubro.
O FMI é composto por mais de 190 países e qualquer mudança leva tempo.
3 - È preciso aumentar o fluxo financeiro e comercial para os países sem recursos.
4 - Estimular os Estados Unidos a resolver a sua crise financeira, pois a mesma foi a fonte da crise mundial. A solução desta crise ajudará que outros países se recuperem.
5 - È necessário que seja feita uma regulação maior do sistema financeiro mundial, principalmente o “Shadow System”, o sistema que existe às escondidas.
Mantega disse que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi convidada a participar da Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários ou IOSCO (International Organization of Securities Commissions).
O Ministro citou também o GAFI - Grupo de Ação Financeira contra a lavagem de dinheiro que tem sido muito útil contra crimes financeiros.
Guido Mantega falou sobre a preferência entre regulação e aumento fiscal. Segundo ele a ação fiscal dos estados não foi suficiente, é preciso fazer mais para aquecer a economia. Ele citou o PAC como um programa de estímulo fiscal e investimento.
Mantega disse também que é preciso restabelecer o crédito mundial para aumentar a confiança dos investidores e do mercado.
Os países com ativos podres (bad assets) precisam resolver este problema. Os Estados Unidos e a Europa estão com o sistema bancário fragilizado e tem comprado grande parte destes ativos podres.
Mantega frisou que o Brasil tem o sistema financeiro mais regulado do mundo. Segundo ele, as regras da Basiléia falam em 8% enquanto no Brasil o nível de alavancagem é de 15%. O mercado de derivativos e as operações de balcão são também regulados. O Ministro afirmou que em termos de regulação o Brasil está à frente de muitos países.
Com relação à situação mundial Mantega que o Brasil se encontra em uma boa posição, pois o país foi um dos últimos a desacelerar e sentir os efeitos da crise, apenas no último trimestre de 2008.
O governo conta também com 160 bilhões de reais para serem usados para enfrentar esta crise.
Encerrando a entrevista coletiva Guido Mantega afirmou que o Brasil está em uma condição boa onde as exportações representam apenas 13% do PIB e citou que a recente Pesquisa Mensal do Comércio apontou um aumento do consumo no varejo.
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