Por Luiz Eduardo Brandão
Matéria jornalística sem pé nem cabeça também é amenidade?
O inefável Fausto Macedo assina hoje no Estadão um artigo em que fala da transcrição de um suposto grampo com o diálogo entre duas pessoas não identificadas falando das queixas de um juiz que não se sabe quem é que estaria preocupado com os rumos do inquérito conduzido por Protógenes. Ah, supõe-se também que o grampo seria clandestino.
Ao bancar esse tipo de parajornalismo, o Estadão vai se amarronzando a cada dia que passa com o que corre nas cloacas do banditismo de colarinho branco.
Comentário
Clique aqui para ler esse clássico do jornalismo investigativo contemporâneo.
Pelas informações dos dois comentaristas abaixo, a fita se refere a uma gravação entre a jornalista Andrea Michel e um jornalista, onde ela teria supostamente revelado a fonte que lhe vazou os dados da Operação Satiagraha.
Mas, curiosamente, o solerte repórter Fausto Macedo preferiu publicar apenas irrelevâncias sem pé nem cabeça.
Por Brutus
Nassif, uma luz ao blog.
Após a publicação de Andrea Michael (em abril/08) alertando DD sobre a investigação, iniciaram-se na Satiagraha procedimentos para a localização do “vazador” (estivesse ele na JF, MPF ou PF).
“Um” jornalista com mais de 20 anos de experiência e atuante em Brasília disse que conseguiria saber de Andrea quem era sua fonte. Esse jornalista (X-9) gravou sua conversa pessoal com Andrea Michael (com pouco mais de sete minutos), sendo ele um dos interlocutores “M1″ (1ª voz identificada como masculina) e Andrea Michael a “F1″ (1ª voz identificada como feminina).
No diálogo Andrea Michael confirma que sua fonte dentro da PF é o “Diretor de Inteligência” Daniel Lorenz. Essa era a prova principal sobre um dos métodos de abordagem de Andrea Michael perante a PF para conseguir informações privilegiadas. Mas o “X-9″ “amarelou” e não quis depor para confirmar a gravação (pois um interlocutor pode gravar a conversa realizada com outra pessoa sem que esta saiba). Então o áudio não foi utilizado no relatório do Protógenes, mas De Grandis e De Sanctis sabiam de sua existência.
E por ansiedade, Fausto Macedo (principal beneficiário das informações sigilosas fornecidas pelo “Corregedor-vazador”), publica referido diálogo sem se atentar para seu conteúdo ou quem seriam os interlocutores; querendo atribuir a qualidade de “interceptação telefônica ilegal” aquilo que é o áudio gravado por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro em um encontro pessoal.
Acontece que o “Corregedor-vazador” aliado ao “Diretor de Inteligência-vazador”, queriam mais do que uma investigação contra Protógenes, eles queriam que ele fosse indiciado, demitido, desacreditado, desonrado, humilhado e articularam com Ali Mazlum a busca e apreensão de 05 de novembro p.p., e no pendrive tinha o quê? O aludido áudio, agora apreendido por ordem judicial como prova dentro de uma investigação sobre vazamento.
Xeque.
Por Jeferson Melo
A reportagem “Corregedoria da PF diz que Protógenes vazou operação”, publicada no dia 11 de novembro de 2008 pela Folha (clique aqui), contem um trecho sobre o episódio. No subtítulo “Reportagem”, o jornal informa:
“No decorrer da apuração sobre o vazamento, Amaro tomou o depoimento do diretor de Inteligência Policial da PF, Daniel Lorenz. Segundo o relatório, Lorenz contou ter ouvido do delegado Paulo de Tarso a informação de que Protógenes detinha a gravação de uma conversa da jornalista Andréa feita sem o seu conhecimento, num restaurante em Brasília. Nessa gravação, segundo os comentários ouvidos por Lorenz, havia inferências de que ele estava por trás do vazamento à Folha.
Lorenz, que nega ser o autor do vazamento, disse a Amaro que gostaria que a fita fosse apreendida para que não fosse usada para “descredenciá-lo”. Paulo de Tarso, segundo o relatório, contou ter tomado conhecimento da fita pelo próprio Protógenes. A Folha apurou que essa gravação foi apreendida nas buscas da semana passada. Agora deverá ser degravada e anexada ao inquérito da corregedoria”.
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