Os presidentes da França e do Brasil, Nicolas Sarkozy e Lula, assinaram ontem na ignota localidade de São Jorge do Oiapoque, na Guiana Francesa, junto à fronteira brasileira, um acordo de transferência de tecnologia militar francesa que reforçará a posição do gigante sul-americano como potência militar regional, informa o jornal El País, 13-2-08. Além disso, a França se comprometeu em redobrar os esforços diplomáticos para incluir o Brasil em organismos como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e nos Fóruns dos países mais desenvolvidos, como o G-8. Para arrendondar o acordo, Sarkozy visitará Brasília no final deste ano, sendo ainda presidente da União Européia. “Criamos uma comissão bilateral para que, no mais tardar em dezembro de 2008, identifique as áreas nas quais queremos trabalhar juntos”, declarou Lula durante o encontro.
Lula já tem claro uma coisa: com a transferência tecnológica que a França lhe proporcionará, o Brasil poderá fabricar um submarino e aviões e helicópteros de combate. “Não queríamos que nossa aliança em nível militar consistisse apenas na entrega de material militar. Por isso disse a Lula que estamos dispostos a transferir tecnologia para que o Brasil possa fabricar o armamento de que necessite”, explicou Sarkozy. No mês passado, o ministro de Defesa, Nelson Jobim, que acompanhou Lula na sua viagem de [ante]ontem à Guiana Francesa, conversou com autoridades francesas sobre acordos de transferência tecnológica para que o Brasil possa terminar um submarino de propulsão nuclear em que está trabalhando há vários anos.
“Eu disse a Lula que nós estamos prontos a que os nossos submarinos convencionais Scorpene sejam fabricados no Brasil”, disse Sarkozy, segundo reportagem do jornal argentino Clarin, 13-2-08. “Estamos prontos para organizar uma transferência de tecnologia para helicópteros e aviões de combate ao Brasil. Eu penso claramente no Rafale (uma vião de combate”, precisou o mandatário francês.
Sarkozy defendeu, novamente segundo o jornal espanhol El País, uma maior participação do Brasil nos organismos internacionais como o Conselho de Segurança da ONU como membro permanente e no G-8 como país emergente. “Reafirmo meu desejo, disse Sarkozy, para que o G-8 seja transformado no G-13 com a inclusão de países emergentes como o Brasil”. Para o presidente francês, os membros do G-8 têm que discutir na reunião de Tóquio uma reforma que permita a inclusão de grandes países emergentes como Brasil, China, Índia, México, África do Sul e algum país árabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário