Correntistas retiraram US$ 1,3 milhão do banco em 11 dias |
O órgão regulador de bancos, Agência de Supervisão de Instituições de Poupança (Office of Thrift Supervision, OTS), disse que os correntistas retiraram mais de US$ 1,3 bilhão do IndyMac nos últimos 11 dias e as autoridades decidiram passá-lo para a administração da Sociedade Federal de Seguro de Depósito (FIDC, na sigla em inglês).
O banco, com sede no Estado da Califórnia, vai reabrir na segunda-feira sob controle federal, com um custo às autoridades estimado em US$ 4 a US$ 8 bilhões de dólares.
O IndyMac vinha tendo dificuldades para levantar fundos e continuar operando em um dos Estados mais atingidos pela crise de inadimplência que atingiu o setor imobiliário no país.
Este é o quinto banco a falir nos Estados Unidos neste ano, entrando para uma lista que inclui o Bear Stearns e a New Century Financial Corp.
A falência do banco IndyMac ocorreu em um dia em que as ações das duas maiores empresas de hipotecas dos Estados Unidos, Freddie Mac e Fannie Mae, registraram sua maior queda em 16 anos.
As ações das duas instituições caíram quase 50% na abertura do pregão em Nova York, nesta sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na sexta-feira que a crise que afetou Freddie Mac e Fannie Mae está fazendo com que autoridades do seu governo trabalhem ''muito duro''.
''Freddie Mac e Fannie Mae são duas instituições muito importantes. Nós passamos muito tempo discutindo essas duas instituições. Ele (o secretário do Tesouro Henry Paulson) me garantiu que ele e (o presidente do Fed, o Banco Central americano) Ben Bernanke estarão trabalhando muito duro nesse assunto'', disse Bush.
Os comentários do presidente americano se deram após ele ter se encontrado com alguns dos seus principais consultores na área econômica.
Segundo ele, o governo está "mantendo diálogo com os reguladores e com as companhias".
Queda
Freddie Mac e Fannie Mae são responsáveis por metade das hipotecas dos Estados Unidos e foram duramente atingidas pela desaceleração do setor imobiliário americano.
As ações da Freddie Mac caíram quase 50% na abertura do pregão, passando a valer US$ 4,20 por ação, enquanto que as de Fannie Mae caíram 45%, na bolsa de Nova York.
As preocupações com o sistema financeiro americano e um aumento no preço do barril do petróleo para quase US$ 147 por barril levaram a uma queda geral de ações. O índice Dow Jones sofreu uma queda de cerca de 170 pontos, no início do pregão.
As duas empresas são vitais para o mercado financeiro, uma vez que fornecem fundos para empréstimos voltados para a aquisição de imóveis, ao comprarem hipotecas e as transformarem em investimentos.
Como avalistas de hipotecas, as duas companhias estão tendo que arcar com o prejuízo causado por diversos inquilinos que não honraram suas dívidas.
Paulson sinalizou de que apesar de estar acompanhando o assunto com atenção, a atual administração não pretende intervir nas duas empresas.
O Congresso americano está atualmente discutindo um grande pacote econômico relativo ao setor imobiliário.
Tanto Senado como Congresso concordam com as linhas gerais do provável pacote estão uma revisão das regras que regem Freddie Mae e Fannie Mae, a modernização da Administração Federal de Moradia (FHA, na sigla em inglês) e uma ampliação dos programas de seguros para empréstimos da FHA, no valor de US$ 300 bilhões.
A nova legislação incluiria ainda um pacote fiscal de US$ 14,5 bilhões voltado para o setor de moradia.
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