O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, defendeu ontem a maior integração das Forças Armadas da América do Sul como forma de intensificar o comércio de armas e equipamentos de defesa entre os países da região. A reportagem é de Alexandre Rodrigues e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 17-07-2008.
Para o embaixador, a proposta brasileira de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa pode contribuir para que o Brasil se beneficie da atual demanda militar dos países vizinhos. “Consideramos que há uma oportunidade de cooperação na indústria de defesa muito grande com os países da região. Apesar de não haver ainda na escala necessária, ela pode existir. Os países da região têm (em comum) Forças Armadas e necessidade de reequipamento”, afirmou Guimarães em palestra que fez ontem no II Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.
O embaixador deu como exemplo a incapacidade do Brasil de cumprir um contrato recente com a Venezuela para a venda de aviões Supertucanos, da Embraer. Segundo ele, o País já havia vendido aviões para a Colômbia e não teve capacidade de atender aos dois pedidos. Para Pinheiro Guimarães, é preciso investir em pesquisa tecnológica na área militar, como forma de dar competitividade à indústria nacional bélica e de outros setores, a exemplo do que fazem países como Estados Unidos e Grã-Bretanha.
“Há um mercado muito grande e a América do Sul é importadora de equipamentos de defesa”, prosseguiu, lembrando que há muitos outros países de olho nessa demanda regional.
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