Os piores pesadelos dos petistas começaram a se confirmar nesta
quinta-feira com a primeira parte do voto do ministro relator do
mensalão no STF, Joaquim Barbosa. "Era previsível" - disse o advogado de
José Dirceu, José Luís Oliveira Lima, no intervalo da sessão, com
expressão desolada de quem antevê problemas.
O que não era previsível no voto do ministro e surpreendeu a todos,
foi iniciar o voto pelo petista João Paulo Cunha, condenando-o de cara
pelas três graves acusações feitas pelo ministério público: corrupção
passiva, peculato e lavagem de dinheiro. A condenação reverberará até a
segunda-feira, quando outros réus tomarão o noticiário. Até lá, o
estrago na campanha de João Paulo à prefeitura de Osasco terá sido
incalculável - exatamente como previa o PT quando defendeu que o
julgamento do mensalão fosse descasado da eleição.
A perspetiva de que os réus estejam mais próximo de uma pena de
prisão arrancou comentário drástico na bancada dos advogados: "Ferrou!" -
antecipou a assistente de uma das principais estrelas do caso,
reconhecendo a gravidade da situação.
O relator deixou completamente atônitos advogados presentes e até os
ausentes ao plenário do STF. "Já nem sem o que pensar" - dizia Arnaldo
Malheiros Filho ao deixar o Tribunal no final do dia, perguntado se
considerava viável o método de votação adotado pelo relator.
Inconformado estava o advogado de João Paulo Cunha, que sequer
compareceu a Brasília, já que jamais imaginou que seu cliente
encabeçaria a lista, no voto do relator. "Ele nos pegou de surpresa.
Começou a julgar por uma figura lateral do caso", declarou Alberto
Toron, minutos depois da primeira condenação do deputado, por corrupção
passiva. A convicção geral era a de que Barbosa iniciaria por julgar as
acusações contra o deputado cassado José Dirceu - o que não se
confirmou.
Espero que todos sejam presos (o que acho muito difícil), mas que pelo menos desapareçam da cena política. Mas, não esqueçamos (como a Carta) de que o caso Eduardo Azeredo (entre outros) deveria ter o mesmo rigor de investigação e punição.
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