A revista Carta Capital que chegou ontem às bancas faz uma revelação espantosa: dois diretores do Banco Central, Mario Mesquita e Rodrigo Azevedo, realizaram, semana passada, em São Paulo e no Rio, três reuniões diferentes com, aproximadamente, 80 executivos de instituições financeiras.
Paulo Henrique Amorim, no seu blog, 23-03-2007, informa:
"O Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi à reunião do Rio, mas não falou.
As reuniões eram secretas. Ninguém poderia saber delas. Só os bancos...
O objetivo formal era informar “ao mercado” as premissas com que o BC trabalha.
Mas, como na platéia não tinha nenhum bobo, o resultado foi outro. Veja o que diz o Último Segundo:
“Nas exposições iniciais, os diretores do BC Mesquita e Azevedo disseram estar o País menos vulnerável, com reservas internacionais sólidas (acima de US$ 100 bilhões), mas insuficientes para ter tranqüilidade. Recado dado e assimilado: o BC vai manter a política agressiva de compra de dólares no mercado. Ou seja, a moeda não cairá abaixo de R$ 2. Afirmaram ainda que a alta recente da inflação foi pontual, mas cabe à autoridade monetária “não deixar o repique se espalhar para os demais preços da economia”. Leia-se: quem apostava em queda de meio ponto porcentual da taxa Selic na próxima reunião do Copom, saiu convicto de que ela cairá não mais que 0,25 ponto.”
É isso aí: quer fazer uma “posiçãozinha”? Faça como bancos brasileiros e invista com a “premissa” de que o dólar não cairá abaixo de R$ 2 e a taxa Selic não vai cair menos que 0,25%.
É espantoso.
Por que o Mesquita e o Azevedo não mostram as suas premissas ao Congresso Nacional, numa reunião pública, na televisão?
Por que não fazem uma reunião aberta com a CUT e a Força Sindical?
Por que não vão à Fiesp?
À Associação dos Aposentados?
Por que não conversam com Sociedade Rural Brasileira?
Com a Contag?
Porque tem medo de “contágio”?
O ex-diretor Afonso Bevilaqua se recusava a conversar com industriais e com membros do Governo.
Sabe por que? Porque o Meirelles, o Bevilaqua, o Mesquita e o Azevedo são independentes – independentes de nós, sociedade brasileira.
Eles são dependentes dos bancos, onde brevemente irão trabalhar – e ganhar um bom salário porque foram diretores do Banco Central.
E depois saem das reuniões do Copom com aquelas atas sibilinas, num pastiche da falsa ciência dos comunicados de Alan Greenspan.
(Greenspan, como se sabe, se aposentou como começou a carreira, como um Republicano de carteirinha. O último ato notável da gestão dele no Federal Reserve foi dar cobertura “científica” à política fiscal do Republicano George Bush – um dos maiores desastres da história da política orçamentária americana. É só ler o que diz há muito tempo o Paul Krugman, no New York Times).
A certa altura das reuniões “científicas”, segundo relato da Carta Capital, um economista discordou do que ouvia e previu um cenário otimista sobre a capacidade de produção do Brasil. Mesquita reagiu à altura: “Vamos parar de falar de cenários róseos. Vamos discutir riscos”.
Quer dizer, a saída de Bevilaqua do BC não muda nada.
É por isso que os neoliberais e seus porta-vozes na imprensa falam que o Banco Central precisa de “autonomia” de fato.
Para que autonomia de fato? Para poder entregar o ouro aos bancos e a mais ninguém?
A turma do Dr. Meirelles vive num Brasil à parte, não tem que dar satisfação a ninguém – a não ser aos bancos.
E vai continuar a fazer o que sempre fez.
Porque se tivessem um mínimo de probidade entregavam – Meirelles, Mesquita e Azevedo – a carta de demissão hoje, antes de irem buscar a Carta Capital na banca em frente ao Banco Central."
Paulo Henrique Amorim, no seu blog, 23-03-2007, informa:
"O Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi à reunião do Rio, mas não falou.
As reuniões eram secretas. Ninguém poderia saber delas. Só os bancos...
O objetivo formal era informar “ao mercado” as premissas com que o BC trabalha.
Mas, como na platéia não tinha nenhum bobo, o resultado foi outro. Veja o que diz o Último Segundo:
“Nas exposições iniciais, os diretores do BC Mesquita e Azevedo disseram estar o País menos vulnerável, com reservas internacionais sólidas (acima de US$ 100 bilhões), mas insuficientes para ter tranqüilidade. Recado dado e assimilado: o BC vai manter a política agressiva de compra de dólares no mercado. Ou seja, a moeda não cairá abaixo de R$ 2. Afirmaram ainda que a alta recente da inflação foi pontual, mas cabe à autoridade monetária “não deixar o repique se espalhar para os demais preços da economia”. Leia-se: quem apostava em queda de meio ponto porcentual da taxa Selic na próxima reunião do Copom, saiu convicto de que ela cairá não mais que 0,25 ponto.”
É isso aí: quer fazer uma “posiçãozinha”? Faça como bancos brasileiros e invista com a “premissa” de que o dólar não cairá abaixo de R$ 2 e a taxa Selic não vai cair menos que 0,25%.
É espantoso.
Por que o Mesquita e o Azevedo não mostram as suas premissas ao Congresso Nacional, numa reunião pública, na televisão?
Por que não fazem uma reunião aberta com a CUT e a Força Sindical?
Por que não vão à Fiesp?
À Associação dos Aposentados?
Por que não conversam com Sociedade Rural Brasileira?
Com a Contag?
Porque tem medo de “contágio”?
O ex-diretor Afonso Bevilaqua se recusava a conversar com industriais e com membros do Governo.
Sabe por que? Porque o Meirelles, o Bevilaqua, o Mesquita e o Azevedo são independentes – independentes de nós, sociedade brasileira.
Eles são dependentes dos bancos, onde brevemente irão trabalhar – e ganhar um bom salário porque foram diretores do Banco Central.
E depois saem das reuniões do Copom com aquelas atas sibilinas, num pastiche da falsa ciência dos comunicados de Alan Greenspan.
(Greenspan, como se sabe, se aposentou como começou a carreira, como um Republicano de carteirinha. O último ato notável da gestão dele no Federal Reserve foi dar cobertura “científica” à política fiscal do Republicano George Bush – um dos maiores desastres da história da política orçamentária americana. É só ler o que diz há muito tempo o Paul Krugman, no New York Times).
A certa altura das reuniões “científicas”, segundo relato da Carta Capital, um economista discordou do que ouvia e previu um cenário otimista sobre a capacidade de produção do Brasil. Mesquita reagiu à altura: “Vamos parar de falar de cenários róseos. Vamos discutir riscos”.
Quer dizer, a saída de Bevilaqua do BC não muda nada.
É por isso que os neoliberais e seus porta-vozes na imprensa falam que o Banco Central precisa de “autonomia” de fato.
Para que autonomia de fato? Para poder entregar o ouro aos bancos e a mais ninguém?
A turma do Dr. Meirelles vive num Brasil à parte, não tem que dar satisfação a ninguém – a não ser aos bancos.
E vai continuar a fazer o que sempre fez.
Porque se tivessem um mínimo de probidade entregavam – Meirelles, Mesquita e Azevedo – a carta de demissão hoje, antes de irem buscar a Carta Capital na banca em frente ao Banco Central."
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