Ciclone, avião abatido, explosões em série, tiroteios, confrontos entre militares e rebeldes e centenas de mortes. O dia de ontem na África refletiu bem a deficiência de infra-estrutura e o caos político e social, agravado por tragédias climáticas, em que o continente está mergulhado. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 24-03-2007.
Em Moçambique, um depósito de armas explodiu num bairro residencial da capital, matando 96 pessoas. Na Somália, um avião foi derrubado logo após a decolagem, no aeroporto da capital, Mogadíscio. Em Madagáscar, a passagem de um ciclone matou 70 pessoas e desalojou milhares. A capital da República Democrática do Congo (ex-Zaire), Kinshasa, viveu dois dias de guerra: soldados enfrentaram a milícia de um candidato derrotado nas urnas, deixando 60 mortos.
A explosão em Maputo, capital de Moçambique, ocorreu em um armazém perto do aeroporto, onde havia cerca de 20 toneladas de armamentos obsoletos. “Era o maior arsenal do país”, afirmou Miguel Barrerio, funcionário da ONU.
A primeira explosão no depósito desencadeou dezenas de outras detonações. Estilhaços de armas e munições voavam para todos os lados durante quatro horas, levando a população ao pânico. Além dos 96 mortos, incluindo crianças, há 400 feridos.
Numa demonstração da precariedade do planejamento urbano, o depósito foi construído numa movimentada área residencial. Num anúncio prévio da tragédia, algumas explosões ocorreram no mesmo local há apenas dois meses. Mesmo assim, o arsenal não foi transferido. O governo afirmou que as altas temperaturas na cidade (cerca de 37°C) podem ter causado a explosão.
Na costa oeste da África, a Ilha de Madagáscar foi devastada nessa semana por um ciclone que, segundo o governo divulgou ontem, matou 69 pessoas e desalojou 78.000. Vilarejos inteiros foram soterrados pela lama; rios transbordaram causando alagamentos e estradas foram bloqueadas. “A situação é caótica porque esse é o quinto ciclone que atinge a ilha nos últimos três meses”, disse Amna al-Ahmar, da Cruz Vermelha local.
No nordeste do continente, rebeldes da Somália derrubaram, com um foguete, um avião das forças de paz da União Africana com 11 pessoas a bordo, em Mogadíscio. “Todos morreram. Dez na queda e o último, no hospital”, informou um funcionário da Cruz Vermelha somali.
O avião, que pertencia a uma empresa da Bielo-Rússia, deixava o país após entregar equipamentos para as tropas de Uganda. Ela também transportava técnicos, que foram enviados para consertar um avião. Não está claro, entretanto, qual é a nacionalidade das vítimas. Como um general ugandês afirmou que seus soldados não estavam entre os passageiros, acredita-se que eram bielo-russos. O governo não informou se já há suspeitos pelo atentado, mas acredita-se que o foguete tenha sido lançado por insurgentes, que voltaram combater as forças do governo na capital há três dias.
Na República Democrática do Congo, o quartel-general da ONU foi transformado em campo de refugiados. Desde quinta-feira, a população sofre com um confronto aberto entre as tropas do governo e aliados a Jean-Pierre Bemba, candidato derrotado nas eleições de dezembro. Ao menos 60 pessoas morreram. Apoiados pelas forças da ONU, o Exército conseguiu na noite de ontem restaurar, parcialmente, o controle em Kinshasa.
O Zimbábue também vive uma crise política, desde que, há duas semanas, um opositor do presidente Robert Mugabe foi espancado por guardas do governo. Há 27 anos no poder, o líder disse ontem não temer as ameaças dos EUA e da Grã-Bretanha de ampliar as sanções. “Nada me amedronta, nem mesmo os camaradas (George W.) Bush e (Tony) Blair”, disse Mugabe.
Em Moçambique, um depósito de armas explodiu num bairro residencial da capital, matando 96 pessoas. Na Somália, um avião foi derrubado logo após a decolagem, no aeroporto da capital, Mogadíscio. Em Madagáscar, a passagem de um ciclone matou 70 pessoas e desalojou milhares. A capital da República Democrática do Congo (ex-Zaire), Kinshasa, viveu dois dias de guerra: soldados enfrentaram a milícia de um candidato derrotado nas urnas, deixando 60 mortos.
A explosão em Maputo, capital de Moçambique, ocorreu em um armazém perto do aeroporto, onde havia cerca de 20 toneladas de armamentos obsoletos. “Era o maior arsenal do país”, afirmou Miguel Barrerio, funcionário da ONU.
A primeira explosão no depósito desencadeou dezenas de outras detonações. Estilhaços de armas e munições voavam para todos os lados durante quatro horas, levando a população ao pânico. Além dos 96 mortos, incluindo crianças, há 400 feridos.
Numa demonstração da precariedade do planejamento urbano, o depósito foi construído numa movimentada área residencial. Num anúncio prévio da tragédia, algumas explosões ocorreram no mesmo local há apenas dois meses. Mesmo assim, o arsenal não foi transferido. O governo afirmou que as altas temperaturas na cidade (cerca de 37°C) podem ter causado a explosão.
Na costa oeste da África, a Ilha de Madagáscar foi devastada nessa semana por um ciclone que, segundo o governo divulgou ontem, matou 69 pessoas e desalojou 78.000. Vilarejos inteiros foram soterrados pela lama; rios transbordaram causando alagamentos e estradas foram bloqueadas. “A situação é caótica porque esse é o quinto ciclone que atinge a ilha nos últimos três meses”, disse Amna al-Ahmar, da Cruz Vermelha local.
No nordeste do continente, rebeldes da Somália derrubaram, com um foguete, um avião das forças de paz da União Africana com 11 pessoas a bordo, em Mogadíscio. “Todos morreram. Dez na queda e o último, no hospital”, informou um funcionário da Cruz Vermelha somali.
O avião, que pertencia a uma empresa da Bielo-Rússia, deixava o país após entregar equipamentos para as tropas de Uganda. Ela também transportava técnicos, que foram enviados para consertar um avião. Não está claro, entretanto, qual é a nacionalidade das vítimas. Como um general ugandês afirmou que seus soldados não estavam entre os passageiros, acredita-se que eram bielo-russos. O governo não informou se já há suspeitos pelo atentado, mas acredita-se que o foguete tenha sido lançado por insurgentes, que voltaram combater as forças do governo na capital há três dias.
Na República Democrática do Congo, o quartel-general da ONU foi transformado em campo de refugiados. Desde quinta-feira, a população sofre com um confronto aberto entre as tropas do governo e aliados a Jean-Pierre Bemba, candidato derrotado nas eleições de dezembro. Ao menos 60 pessoas morreram. Apoiados pelas forças da ONU, o Exército conseguiu na noite de ontem restaurar, parcialmente, o controle em Kinshasa.
O Zimbábue também vive uma crise política, desde que, há duas semanas, um opositor do presidente Robert Mugabe foi espancado por guardas do governo. Há 27 anos no poder, o líder disse ontem não temer as ameaças dos EUA e da Grã-Bretanha de ampliar as sanções. “Nada me amedronta, nem mesmo os camaradas (George W.) Bush e (Tony) Blair”, disse Mugabe.
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