"Este dia demorou a chegar", disse Ross Mirkarimi nos degraus da Prefeitura de San Francisco nesta semana, rodeado por caixas e recipientes de sacolas recicladas. "Podemos dar passos para tornar nossa economia um pouco mais nobre", afirmou. "O destino está do nosso lado." Resumindo, cidade que ele governa está se livrando das sacolas plásticas de compra. A reportagem é da revista The Economist e traduzida pelo jornal Valor, 30-03-2007.
E com muita razão. As sacolas plásticas são um transtorno para a cidade; acabam presas nos galhos das árvores, levam anos para se decompor e elevam a demanda por petróleo, usado para produzi-las.
Proibir as sacolas plásticas reduzirá o consumo de petróleo em 3 milhões de litros por ano só em San Francisco, diz a prefeitura. Menos de 5% das 100 bilhões de sacos que são jogados fora nos EUA a cada ano são reciclados.
O secretário de Meio Ambiente da cidade, Jared Blumenfeld, diz que a proibição reduzirá o volume de lixo e o custo de removê-lo: cada vez que um funcionário é enviado para tirar os sacos das árvores, o custo é de US$ 150. Além disso, as sacolas de papel reciclado e de matérias compostos (feitos de goma de batata ou de milho) ajudarão a reduzir o lixo orgânico dos aterros, já que uma parte será usada para produzir os sacos. As pessoas seriam estimuladas a reciclar mais se tivessem sacolas biodegradáveis, diz. Blumenfeld espera que a taxa geral de reciclagem de San Francisco (hoje em 69%, mais que o dobro da de Nova York) chegue a 80%.
Outras cidades podem seguir a idéia. Los Angeles, Santa Monica, Oakland e Berkeley promovem medida similares. Em Nova York, fala-se em restrições ou algum tipo de imposto. Os grupos de pressão política que defendem os sacos plásticos agiram ativamente para tentar impedir a proibição em San Francisco, precisamente porque temiam que a medida pudesse se espalhar pelo resto do país.
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