Os rendimentos dos brasileiros que recebem programas sociais do governo federal cresceram 19,4% acima da inflação entre 2004 e 2006, afirma estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgado ontem. A variação da renda foi maior que a dos lares sem programas sociais (16,9%). A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo, 29-03-2008.
O IBGE também mostra, porém, em outro trabalho baseado na PNAD, que o avanço nos ganhos não foi seguido no mesmo ritmo pelo acesso à educação: dos 59,1 milhões de jovens de zero a 17 anos, 14,29 milhões não estavam em creche nem escola em 2006.
Também o trabalho infantil, apesar de cair levemente, mostrou resistência, sobretudo na faixa mais jovem fora do Bolsa-Família.
“Se do ponto de vista econômico (o Brasil) é um país bastante desenvolvido, do ponto de vista social o que a gente observa ainda é a presença de indicadores não tão desenvolvidos quanto os econômicos, e portanto programas como esse de transferência de renda são absolutamente essenciais para nós pensarmos a redução da desigualdade”, disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.
A secretária nacional de Renda e Cidadania, Rosani Cunha, relativizou o peso do Bolsa-Família, um dos programas analisados no estudo, na melhoria dos rendimentos. “A economia brasileira está crescendo para toda a população, inclusive para a população pobre. O Bolsa-Família é um dos elementos que têm contribuído para aumentar o consumo, mas não é o único. Temos o aumento do salário mínimo, a geração de empregos, temos vários fatores, inclusive o Bolsa-Família.”
O estudo abordou o Bolsa-Família, dirigido a famílias com crianças com 7 a 14 anos na escola; o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e deficientes físicos muito pobres; o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), destinado a tirar crianças de atividades econômicas para devolvê-las às escolas; e outros programas sociais da União, de Estados e de municípios.
De acordo com o trabalho, em 2006 o Bolsa-Família foi o programa social que atingiu maior número de domicílios, 8.126.000, enquanto o BPC chegou a 1.213.000, e o Peti, a 267 mil.
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