A operação Satiagraha exibiu os tentáculos do sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, nos mais diversos setores econômicos e no meio político, mas a possibilidade de ele vir a ser condenado pelo crime de lavagem de dinheiro e por operações irregulares cometidas pelo banco é cada vez mais remota. Dantas é apenas o dono da marca Opportunity, que ele cedeu a Dório Ferman, o verdadeiro controlador e gestor do Banco e do Opportunity DTVM Ltda. A reportagem é de Beatriz Abreu e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 19-07-2008.
Segundo uma fonte do setor financeiro afirmou ao Estado, está equivocado o foco da investigação para tentar impor um processo contra Dantas devido às suspeitas de operações de lavagem de dinheiro realizadas pelo Banco Opportunity.
Até mesmo o processo administrativo que mantém o Opportunity sob vigilância do Banco Central não envolve diretamente Dantas. Ao final do processo, o BC poderá impor uma multa à instituição ou, como medida drástica possível, impedir as suas atividades financeiras, caso não haja mudanças nos seus procedimentos. Eventuais sanções recairão sobre Dório Ferman e sobre os outros administradores do banco e do Fundo Opportunity, mas não sobre Daniel Dantas.
A fiscalização do BC, feita a pedido da Polícia Federal, apurou que o banco Opportunity “expõe seus produtos e serviços à lavagem de dinheiro” porque “não tem controle” das operações de seus correntistas. Há clientes não identificados propriamente (ausência de RG e CPF) e sem renda comprovada, mesmo em casos de movimentações vultosas.
Um exemplo analisado pelo BC é o da mulher de Daniel Dantas, Maria Alice Dantas. Ela movimentou em sua conta R$ 21,5 milhões e tinha saldo de aplicações de R$ 850 milhões em 2005, apesar de seu cadastro apontar uma renda de menos de R$ 1,5 mil ao mês.
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