O desenho de uma arquitetura climática financeira vem sendo debatido por representantes de 185 países reunidos em Bonn para a primeira rodada de negociação de conteúdo do acordo climático depois da conferência de Copenhague. Na mesa não há nenhuma proposta de dinheiro. O que está em discussão é o sistema de governança dos recursos, suas fontes e seu destino. Mas já está claro que recursos privados serão fundamentais para fechar a conta.
A reportagem é de Daniela Chiaretti e publicada pelo jornal Valor, 09-06-2010.
Segundo representantes do grupo de trabalho de alto nível criado há alguns meses pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, há oito possibilidades de financiamento; seis públicas e duas privadas.
Os recursos públicos seriam alimentados pelo leilão de licenças para emitir (papéis que existem hoje nos países ricos que adotam o Protocolo de Kyoto), taxas na emissão de carbono, taxas no transporte internacional aéreo e marítimo, taxas sobre movimentações financeiras e recursos do Tesouro. Os privados viriam basicamente do mercado de carbono. O relatório do grupo de trabalho, conhecido pela sigla AGF (Advisory Group on Climate Change Financing), deve estar terminado em outubro.
O AGF é visto com ressalva por membros do G-77, o grupo dos países em desenvolvimento mais a China. Principalmente por quem, em dezembro, não concordou com o acordo de Copenhague. A tensão ainda está no ar. A representante da delegação da Venezuela questionou a legitimidade do relatório que ainda nem está pronto. "Qual a legitimidade se este grupo surgiu dentro do espírito do acordo de Copenhague?" perguntou. "Então, isto é para alguns países, não para todos." O delegado russo falou no mesmo tom.
"Este é um grupo de aconselhamento, não de decisão", esclareceu o norueguês Kjetil Lund, membro do painel. "Quando, por exemplo, recomendamos que os recursos têm que ser adicionais, não vamos definir o que isso significa porque este é um debate político, que não é o nosso papel, mas do foro de negociadores", disse Frank Schroeder, outro membro do AGF. Participam do grupo políticos, chefes de Estado e representantes da sociedade civil convidados pela ONU.
A questão levantada pela Venezuela tem ligação com a decisão dos EUA de apenas dar recursos de adaptação ou mitigação aos países que assinaram o acordo de Copenhague. "Desta forma, sabemos se estão de acordo com as regras" disse Jonathan Pershing, o chefe da delegação dos EUA em Bonn.
É, alguém tem que ganhar dinheiro com essa besteirada propagada pelo IPCC sobre aquecimento global.
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