O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, defendeu ontem a necessidade de reequipamento da Força e advertiu: “Hoje não estamos à altura do Brasil.” Para ele, o País é uma potência regional e precisa ter poder dissuasório, para evitar qualquer aventura. A reportagem é de Tânia Monteiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 7-11-2007.
O general defendeu recursos da ordem de R$ 6,7 bilhões para reaparelhamento do Exército nos próximos 14 anos. Ele se recusou a classificar os equipamentos da Força como sucateados, mas reconheceu que estão desgastados. Hoje, 70% dos blindados estão indisponíveis e 78% dos 1.500 blindados têm mais de 34 anos de uso.
“O Brasil precisa ter capacidade de dissuasão. É essa capacidade que precisa ser restabelecida”, declarou o comandante, após participar da abertura da Conferência dos Exércitos Americanos, em Brasília, com a participação de 22 países.
Peri evitou fazer comparações com a Venezuela de Hugo Chávez ou criticar a corrida armamentista que o país pode provocar na região. “O reaparelhamento da Venezuela não é preocupante”, disse.
Indagado se não via com preocupação o fato de a Venezuela ajudar a Bolívia a se armar, respondeu: “É uma questão da Bolívia e da Venezuela. O Brasil é que tem de estar com suas Forças Armadas, seu Exército, à altura da sua importância. O Brasil é uma potência regional.”
Ele defendeu o reaparelhamento freqüente. Na sua opinião, isso evitaria a mobilização por busca de verbas e ajudaria a manter a modernidade das Forças Armadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário