Hoje, completam 18 anos desde a derrubada do Muro de Berlim, que separava, desde 1961, a Alemanha em duas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Forsa revela que um de cada cinco alemães preferiria que o Muro de Berlim ainda estivesse de pé. A reportagem é de Araceli Viceconte para o Clarín, 8-11-2007. A tradução é do Cepat.
Segundo pesquisa publicada pela revista Stern, 21% dos alemães gostaria de voltar a ter aquele muro fronteiriço, símbolo da divisão da Alemanha. Não obstante, mais de 70% dos 1.006 sondados responderam que não desejaria voltar àqueles tempos.
Hoje, 09 de novembro, completam-se 18 anos da queda do Muro de Berlim, construído em 1961 como “muro antifascista” na extinta República Democrática Alemã (RDA). No dia 9 de novembro de 1989, pouco depois que um funcionário do politburo anunciara que os cidadãos da RDA poderiam viajar livremente, uma multidão tomava de assalto as passagens fronteiriças, celebrava e se embebedava. Apenas um ano depois a RDA deixava de existir e se anexava à ocidental República Federal da Alemanha (RFA).
Segundo o cientista político Karl-Rudolf Korte, que mais de 20% dos cidadãos da Alemanha reunificada defendam hoje o Muro responde a um cálculo de “custo-benefício”. “Ao que parece não tiram nenhum proveito particular, ou associam a queda do muro a custos extras, à perda de qualidade ou problemas de imagem para a democracia, como pela cultura do dia-a-dia ultradireita surgida em alguns lugares do leste”, declarou Korte à revista Stern.
Além disso, outra pesquisa confirmava em outubro que a grande maioria dos cidadãos do leste (apesar do alto poder aquisitivo e dos benefícios quase imediatos da reunificação) continua se sentindo “de segunda classe”. 74% dos orientais sondados pela cadeia de televisão N24 se consideram em desvantagem em relação aos ocidentais, ao passo que 73% destes não acreditam que as pessoas do leste sofram desvantagem.
Desde a reunificação, em 1990, o oeste transferiu mais de um bilhão de euros para os novos estados germano-orientais, segundo dados do Instituto de Economia de Kiel. Todos os alemães continuam pagando ainda hoje um “imposto solidário” para apoiar o leste. Com estes fundos, além de fomentar a atividade econômica e entregar generosos subsídios a empresas, cidades inteiras foram reformadas e implantados transportes modernos. Todo o sistema de bem-estar do oeste foi transferido para o leste, desbordando os custos, por exemplo, das caixas de aposentadoria e do seguro-desemprego.
Mas isto não impediu que, para além de vários pólos industriais, como Leipzig ou Jena, em geral o leste da Alemanha continue perdendo população como acontece desde 1989 (10%). O desemprego e os neonazistas que pregam a xenofobia e o anti-semitismo são problemas ainda insolúveis.
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