Pessoas da favela, treinadas na Suíça, pilotam projetos da Nestlé
"Hoje temos pessoas da favela, que passaram por treinamento na Suíça, contratadas para pilotar projetos para o consumidor de baixa renda", afirma Ivan Zurita, presidente da Nestlé, no Brasil, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, 12-11-2007, comentando o crescimento da empresa no Nordeste.
"Durante a reestruturação - constata Zurita - fizemos uma imersão para conhecer o povo brasileiro. Numa das análises, todos os diretores, inclusive eu, fomos para favelas conhecer de perto o consumo das classes C, D e E. Aprendemos, por exemplo, que o fluxo de caixa dessas famílias é diferente. É semanal e o desembolso é de R$ 1. Por isso, criamos a estrutura de vendas porta-a-porta e muitos produtos para esses consumidores. Fizemos sorvete líquido que congela em meia hora, que tem custo menor de distribuição e o consumidor tem custo menor de eletricidade. Tem tablete de chocolate cuja moeda de troca é R$ 1. Adaptamos e criamos produtos. Não adianta pegar o modelo do Carrefour e jogar na favela que não vai funcionar. Hoje temos pessoas da favela, que passaram por treinamento na Suíça, contratadas para pilotar projetos para o consumidor de baixa renda. Temos 97% de penetração nos domicílios brasileiros. O que precisamos fazer para intensificar a relação com o consumidor? Esse tipo de atividade... Não é necessariamente a mais rentável para nós, mas não interessa. Acreditamos que o país e o poder aquisitivo das pessoas vai melhorar".
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