Confirmada a integração da BRA à OceanAir, German Efromovich, 57, consolida seu projeto no campo da aviação comercial e, especula-se, logo passaria a ter uma fatia de mercado de cerca de 5% nos vôos aéreos nacionais. A reportagem é de Sílvio Cioffi e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 10-11-2007.
Proprietário dos estaleiros Marítima e Eisa, que atuam construindo plataformas de petróleo, esse boliviano naturalizado brasileiro em 1968 reclamou do "duopólio", cenário em que restariam apenas duas grandes empresas aéreas no Brasil, a TAM e a Gol/Varig.
Pouco antes de concretizada a incorporação, Efromovich se dizia conversando com as autoridades do setor para, a partir de ontem, conseguir um acordo em que a OceanAir assumisse a parte aérea dos pacotes da operadora PNX, ligada à BRA.
Mas admitiu que também examinava a hipótese de "fretar os aviões deles e acertar com as empresas de leasing".
"Não estamos aqui para jogar pedra, mas sim para ajudar", disse anteontem Efromovich, com sua proverbial capacidade de negociação. Disse que, atendendo às recomendações da Anac, transportava os passageiros da BRA "não só na volta, mas na ida e no meio também".
Passadas 24 horas, Efromovich ganhou a parada - e recebe do governo federal as rotas e a frota da BRA, que, combalida, parou de voar contando com apenas cinco Boeings-737.
"Temos aviões suficientes para assumir os pacotes da PNX", disse o empresário ao listar sua frota no Brasil: "A OceanAir tem 13 [Fokker-100] Mk28, um Boeing-767, outro Boeing-767 chegando nos próximos dez dias, um Boeing-757 chegando nos próximos dias, cinco Fokker-50 e seis Brasília [da Embraer]."
Apesar de não contar agora com uma frota de última geração, a empresa aérea que Efromovich está engendrando já tem uma musculatura considerável. Além da OceanAir, com 1.400 funcionários, o empresário controla, no setor aéreo, o grupo sul-americano Sinergy, cujo faturamento anual é de US$ 3,7 bilhões - e que engloba a Avianca, companhia aérea colombiana fundada em 1919, a segunda mais antiga do no mundo, mais nova apenas três meses que a holandesa KLM.
Expansão
Antes mesmo de assumir as rotas e a frota da BRA, Efromovich planejava a expansão da OceanAir no Brasil, almejando uma fatia do mercado nacional de 15% até 2010.
No mercado internacional, que para vôos de longa distância depende de aviões maiores e com mais autonomia que o Boeing-737 e o Fokker-100, a OceanAir já estava voando para a Cidade do México desde outubro e deve passar a operar a rota para Luanda (Angola) nos próximos dias, no início de dezembro. A OceanAir também aguarda a autorização para voar a Buenos Aires.
Crítico da legislação que limita em 20% a participação estrangeira nas empresas brasileiras de aviação, Efromovich é bem-visto nos "headquarters" da gigante American Airlines, em Dallas-Forthwort.
Foi lá que, em 2006, o empresário comprou 29 jatos F-100/ Mk28, além de toda a infra-estrutura de manutenção desses aviões e simuladores de vôo.
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