Enquanto o governo apresenta ao Congresso uma proposta cujo foco é simplificar o sistema tributário, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia novos impostos para os ricos. “Estamos fazendo estudos sobre novas formas de riqueza e sua tributação potencial”, contou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. O trabalho será feito em conjunto com a Receita. A reportagem é de Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 06-03-2008.
Pochmann argumentou que o sistema tributário falha em captar as novas formas de riqueza que surgiram com a modernização da economia. “É uma riqueza que não pode ser medida, mas está sendo capturada por alguém”, comentou, sem mencionar nenhum exemplo concreto. “O Produto Interno Bruto (PIB) mundial é de US$ 48 trilhões, mas a movimentação financeira é da ordem de R$ 150 trilhões. De onde vem esse dinheiro?”
Segundo ele, o descompasso entre a geração de riqueza e a tributação é algo que preocupa vários países, mas nenhum modelo foi proposto até o momento. “Pouco avançamos do ponto de vista da sociedade como um todo, que convive com uma enorme desigualdade e faz com que as pessoas com menos renda paguem mais impostos.”
Ele disse ser favorável à regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas e à criação de mais alíquotas no Imposto de Renda da pessoa física. Para ele, é preciso também reduzir o efeito regressivo da tributação brasileira, que faz com que quem ganha menos acabe pagando mais. Defende, por exemplo, a revisão do IPTU.
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