"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, março 13, 2008

Instituto Humanitas Unisinos - 13/03/08

Brasil cresce mesmo sem fazer as reformas reclamadas pelos neoliberais

"O potencial de crescimento do país vinha sendo subestimado por muitos economistas, como parecem comprovar os números recentes", constata Paulo Nogueira Batista Jr., economista e diretor-executivo no FMI, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 13-03-2008.

Mas o economista chama a atenção para um aspecto peculiar:

"A experiência começa a revelar como era enganosa aquela idéia, muito difundida entre nós, de que o Brasil só voltaria a crescer depois que implementasse uma série de difíceis reformas estruturais (previdenciária, tributária, trabalhista etc.). As reformas estruturais podem ser importantes, mas não constituíam precondição para a retomada do crescimento econômico. O governo Lula foi seduzido por essa idéia durante a maior parte do seu primeiro mandato, mas depois percebeu que estava marcando passo e deu mais ênfase à aceleração do crescimento".

"Quais são os riscos?', pergunta o economista.

Ele destaca três:

"Primeiro, há o risco de que um excesso de zelo na condução da política antiinflacionária venha a abortar o crescimento em curso. Segundo, a existência de gargalos na infra-estrutura de transporte e energia pode limitar a expansão da economia nos próximos anos. Por último, não se deve descartar um agravamento do quadro econômico internacional, o que afetaria a nossa capacidade de crescer -especialmente se esse agravamento coincidir com uma deterioração acentuada das nossas contas externas provocada pela valorização cambial".

E conclui:

"Mas os riscos são administráveis e podem ser enfrentados com sucesso. Equilíbrio na política de combate à inflação, investimentos em infra-estrutura e reforço da nossa posição externa -esses são os elementos centrais para garantir a continuação do crescimento".

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