A população da costa norte caribenha vive uma situação dramática. Em coletiva de imprensa na terça-feira, 4, líderes da Coordenadoria Civil de Puerto Cabezas Bilwi e delegados da Mesa Nacional para Gestão de Riscos (MNGR) alertaram sobre o perigos de uma histeria coletiva em decorrência da crise alimentar que assola a região. A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação - Alc - 06-03-2008.
Depois de 180 dias da passagem do furacão Félix, a costa caribenha enfrenta uma situação de insuficiência alimentar, enquanto a população continua à espera dos projetos de moradia prometidos pelo governo.
A presidente da Coordenadoria Civil de Puerto Cabezas, Dixie Lee, assegurou que 80% da população atingida pelo Félix continuam vivendo em casas de lona improvisadas. Viver nesse nível de pobreza e diante da ameaça de fome pode dar margem à histeria coletiva que somente os sukias - curandeiros indígenas - conseguem curar, advertiu.
Denis Meléndez, da MNGR, calcula que sejam necessários 18 milhões de dólares mensais para a dieta alimentar na região, mas o país não dispõe deste recurso .
Estudo indicou que a expectativa de vida na região é de 68 anos e que a demanda social não está coberta. Além disso, aproxima-se uma nova temporada de furacões e as pessoas ainda não têm um teto seguro.
Até agora ainda não foi possível realizar a colheita de grãos básicos na região. Uma grande parte das sementes doadas por organismos e o Ministério Agropecuário não germinou. O técnico da Coordenadoria Civil, Marcos Lentch, informou que a 180 dias da passagem do furacão não há um relatório claro especificando os danos e a quantidade de mortos provocados pelo desastre natural.
Lentch afirmou que centenas de organizações, fundações nacionais e internacionais, chegaram à costa caribenha com intenções de ajudar, mas a maioria não voltou a aparecer.
"São poucas as entidades que ficaram trabalhando nas comunidades, a exemplo da Ação Conjunta das Igrejas (ACT), integrada pelo Conselho de Igreja Evangélicas Pró Aliança Denominacional (CEPAD), a Ação Médica Cristã, a Igreja Luterana e o Centro Intereclesial de Estudos Teológicos e Sociais (Cieets). Estes, desde o começo, ofereceram alimentos, ferramentas e continuam capacitando líderes no programa psicosocial para atenção de recuperação emocional e reabilitação produtiva", informou.
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