Newton Lima: Microsoft tem de esclarecer ajuda à espionagem dos EUA
publicado em 14 de julho de 2013 às 11:48
O jornal inglês The Guardian reportou, nesta
sexta-feira (12), que Edward Snowden, ex-agente da NSA (Agência de
Segurança Nacional dos EUA), forneceu documentos que revelam a estreita
colaboração da Microsoft com os órgãos de segurança e espionagem dos
Estados Unidos.
De acordo com as informações disponibilizadas por Snowden, a gigante
mundial do setor de softwares teria, inclusive, quebrado o seu próprio
sistema de criptografia de e-mails, usado para proteger correspondência
eletrônica no programa Outlook e nas contas do serviço Hotmail.
O software de conversação em áudio e vídeo Skype, adquirido pela
Microsoft em 2011 e com cerca de 660 milhões de usuários no mundo,
também foi usado para cooperação com as agências governamentais,
permitindo a coleta de videochamadas para o sistema Prism, uma das
principais ferramentas do esquema de espionagem revelado por Snowden.
Para o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), integrante da Comissão de
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, as
denúncias são “gravíssimas” e demandam a elaboração de legislações
específicas.
“A cada dia que passa, as revelações feitas demonstram a enorme
gravidade das denúncias. A Câmara, o Senado e a Presidência da República
têm se manifestado em repúdio a estas práticas, mas precisamos acelerar
a votação do Marco Civil, para proteger com mais rigor os direitos dos
cidadãos, assim como é necessária uma legislação específica que garanta a
privacidade das empresas”, propôs Bittar.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que desde fevereiro de 2012 vinha
alertando sobre os perigos iminentes diante a nova política de
privacidade adotada pela empresa Google nos seus diversos serviços,
avalia que os “global players” da Internet e das telecomunicações,
especialmente dos Estados Unidos, não têm nenhum pudor em desrespeitar
os direitos civis dos usuários da rede mundial de computadores.
“Graças a um ex-espião que conhece muito bem a máquina de espionagem
dos Estados Unidos, estamos comprovando cada vez mais algumas práticas
das quais já suspeitávamos e já vínhamos denunciando em parte. A
internet e as redes de telecomunicações não podem estar a serviço de uma
polícia global e muito menos dos interesses políticos e comerciais de
um único país”, protestou o parlamentar gaúcho.
O deputado Newton Lima (PT-SP), também integrante da CCTCI, informou
que vai apresentar requerimento para reforçar o convite à Microsoft para
que esta compareça à audiência pública que a comissão realizará sobre o
assunto, em data a ser confirmada. “Com estas novas revelações, é
absolutamente imprescindível que a Microsoft compareça à Câmara dos
Deputados para prestar esclarecimentos acerca das denúncias nas quais
está envolvida”, argumentou Lima.
Software livre e nacional – Para Jorge Bittar, a
colaboração da Microsoft e de outras empresas com o aparelho de
espionagem dos EUA reforça a necessidade de ampliação de softwares não
proprietários e produzidos por empresas nacionais, especialmente pela
gestão pública.
“Os softwares não-proprietários, pela sua natureza, são mais imunes à
inserção de dispositivos que violem a privacidade e a segurança dos
usuários. Somado a isso, devemos reforçar o princípio de preferência aos
softwares nacionais. Havendo produtos similares produzidos por empresas
brasileiras, estes devem prevalecer sobre aqueles produzidos no
exterior nas contratações do poder público”, defendeu Bittar.
Não vai dar em nada. Vão fazer o quê, obrigar a microsoft a alterar a situação, ou o povo a trocar o programa pelo linux? Fala sério.
alguns investimentos na soberania nacional que se estão relatados em post anterior e poderia permitir uma melhor condição de segurança interna, não deixaram o Lula fazer.
Bom, mas enquanto esse tipo de investimento no setor militar for mal visto, devido ao excesso de propaganda contra o setor, a coisa não vai adiante, e aí companheiro, não adianta reclamar depois, ou fazer de conta que se vai dar dura em potência ou multinacional.
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