conversa afiada - Publicado em 15/07/2013
Médico brasileiro conhece o paciente aos pedaços
“Saúde se faz mais perto de onde as
pessoas vivem, moram. É lá que você permite um cuidado continuado à
pessoa, inclusive fora do ambiente hospitalar”, foi o que disse nessa segunda-feira (15), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista exclusiva ao Conversa Afiada, por telefone.
O ministro se disse absolutamente concentrado nas medidas do Pacto Nacional da Saúde, em especial no programa “Mais Médicos” que, segundo ele, será decisivo na consolidação do Sistema Único de Saúde, o SUS, que completou 25 anos.
O ministro Padilha rebateu as críticas sobre as diretrizes do programa, sobretudo no que diz respeito ao foco principal da proposta que é aumentar o número de médicos por habitantes.
O projeto que prevê a contratação de médicos para o interior do País, com a vinda de médicos estrangeiros quando necessário, tem causado polêmica na área médica.
Médicos e as associações de classe têm criticado o foco do programa, uma vez que entendem que o problema da saúde pública no Brasil não é a falta de médicos e, sim, a falta de estrutura, de leitos e hospitais.
Para Padilha, a política adequada para a saúde não é uma escolha entre mais médicos ou mais hospitais: “precisamos agir em todas as áreas ao mesmo tempo, e agora”, diz o ministro.
A íntegra da entrevista em áudio e texto:
1 – PHA: Ministro, como o senhor reage às críticas de médicos famosos, como, por exemplo, o Dr. Drauzio Varela – que inclusive tem uma participação na televisão muito conhecida – que diz que antes de mandar médicos é preciso construir hospitais. Como o senhor reage a isso?
Ministro Padilha: Eu estou convencido de que nós temos que agir com tudo ao mesmo tempo, e agora.
O programa ”Mais Médicos” tem como sua primeira ação um forte investimento em infraestrutura.
E não só em hospitais, mas em unidades de saúde, unidades fluviais de saúde na região amazônica, porque nós temos que tirar da mentalidade do SUS de que saúde só se faz dentro de hospital.
Saúde se faz mais perto de onde as pessoas vivem, moram. É lá que você permite um cuidado continuado à pessoa, inclusive fora do ambiente hospitalar.
Então, a primeira ação é ter mais estrutura sim: nas unidades de saúde, nas unidades fluviais na amazônia, unidades básicas.
São 20 mil unidades básicas sendo ampliadas, reformadas e construídas em todo o País.
Também precisamos – e o ”Mais Médicos” tem isso – de mais recursos e melhor funcionamento dessas unidades. A garantia de medicamentos, de insumos, de tratamento e o combate de qualquer tipo de desperdício nos recursos da saúde.
Combinado isso, nós precisamos de um profissional nessas unidades saúde. Nós já temos várias unidades que já foram montadas, ficaram prontas, o que falta para funcionar nessas unidades é um profissional da saúde.
Aliás, um estudo que foi feito recentemente mostra que nos últimos 5 anos, aumentou em 40% a quantidade de equipamentos. Aumentou em mais de 17% o número de leitos e estrutura hospital e aumentou apenas 14% o número de médicos no nosso país.
Nós precisamos agir em três dimensões: mais e melhores unidades de saúde. Melhor gestão e garantia de recursos na saúde e mais médicos, porque não se faz saúde sem médicos.
2 – PHA: Quantos hospitais o senhor calcula que estão sem médicos hoje no Brasil?
Min. Padilha: Não só pensando nos hospitais, mas pensando nas unidades básicas de saúde.
O Ministério da Saúde fez uma pesquisa detalhada com hospitais públicos e privados brasileiros e constatou que 70% deles tem dificuldade para contratar e fixar pediatras.
Quase 60% deles tem dificuldade em fixar Anestesiologia.
Nós estamos expandindo 80 novos centros de tratamento para o câncer no Brasil, e o principal gargalo para fazê-los funcionar será termos médicos oncologistas especializados em tratamentos do câncer.
Então, quando estamos falando de hospitais, é muito importante também aumentar o número de especialistas no nosso país.
Por isso, que uma das ações do “Mais Médicos” é abertura de 12 mil novas vagas de residência médica.
Isso é dobrar o número de vagas para residência médica que nós temos hoje, mas queremos ampliar para as especialidades que nós mais precisamos. A abertura de novas vagas em residência, quais especialidades a serem valorizadas, tem de seguir as necessidades de saúde do País. Não pode ter nenhum outro interesse além das necessidades do País.
Então o País precisa formar mais anestesiologia, mais neurocirurgião, mais pediatras, mais médicos para o tratamento do câncer…
Nós queremos que cada médico formado tenha a oportunidade de fazer uma especialidade médica no nosso País.
3 – PHA: O senhor fala frequentemente que existe uma especialização precoce na formação de médicos no Brasil. O que é isso e como combatê-la?
Min. Padilha: Esse é um fator decisivo para a formação dos médicos, não podemos perder essa oportunidade para fazer a mesma mudança nas escolas médicas que os países europeus como a Inglaterra, Bélgica, Suécia, Espanha e Portugal já fizeram. O que é isso?
Hoje o médico se forma sem ter a oportunidade de acompanhar uma mulher gestante desde o pré-natal até o momento do parto, ou do nascimento dessa criança até os primeiros anos de desenvolvimento dessa criança.
Todos os médicos que se formam não tiveram essa experiência.
Nenhum médico que se forma hoje tem a experiência, durante o curso de medicina, de acompanhar um mesmo paciente diabético, hipertenso por um ano.
Nenhum deles teve a oportunidade de acompanhar um paciente que foi diagnosticado com depressão, começou o tratamento, quais foram as respostas a esse tratamento.
Ou seja, a formação do estudante de medicina hoje – e isso não é culpa do estudante, é como foi estruturada a escola médica – é de conhecer os pacientes aos pedaços, a partir das especialidades médicas em hospitais de alta complexidade.
Por isso que é muito importante a ideia dos dois anos no SUS, na atenção primaria, no médico da família e na urgência e emergência no final da formação do médico.
Porque ele vai fazer o estudante – que já tem um conjunto de conhecimentos e experiência acumulada – fique dois anos, com supervisão, na medicina da família, na urgência e emergência, acompanhado já com responsabilidades, e com isso, sair um médico mais experiente e mais bem formado para o conjunto da população.
Essa mudança já está na Medida Provisória, e tem agora seis meses de debate no Conselho Nacional de Educação com as entidades médicas, na Associação de Urgência Médica, para detalhar como vai ser esses dois anos na atenção básica e na urgência e emergência.
4 – PHA: Eu vou fazer uma afirmação e vou pedir para o senhor julgar se ela é correta, incorreta ou quase correta: o sonho de todo estudante de Medicina no Brasil é sair da faculdade e ir trabalhar no Sírio Libanês.
Min. Padilha: Eu acho que é incorreta. Não é o sonho de todo não.
Agora, eu acho que o sonho é ir trabalhar em um hospital de qualidade, no padrão de qualidade como o do Sírio Libanês, do Albert Einstein.
E o nosso sonho, e o nosso trabalho tem que ser oferecer à população brasileira, na rede pública de saúde, hospitais da mesma qualidade que os melhores hospitais privados do País.
Não à toa, nós conseguimos fazer isso em algumas coisas. Por exemplo, o Brasil é recordista mundial em número de transplantes totalmente gratuitos. Não existe procedimento mais complexo, que exija um hospital de melhor qualidade, com mais estrutura do que o transplante público.
Então eu acredito sim, e o meu sonho como ministro e como médico – porque eu estou ministro, mas sou médico – que é possível ter uma saúde pública com a mesma qualidade de hospitais como o Sírio e o Einstein.
5 – PHA: Qual a relação das políticas anunciadas no programa “Mais Médicos” e as manifestações que aconteceram recentemente? Foi uma resposta as manifestações?
Min. Padilha: Não, não foi uma resposta porque nós já vinhamos trabalhando há um ano, um ano e meio, discutindo consultando experiência internacionais.
Acho que isso é uma resposta aos 25 anos do SUS. Nós estamos em um momento histórico, que países como Inglaterra; Canadá; Espanha, também tiveram que enfrentar para consolidar sistemais nacionais, universais, públicos e gratuitos.
Você precisa sim definir quantos médicos você quer ter, como distribuí-los, quais as especialidades médicas nós precisamos ter.
Agora, acredito que as manifestações trouxeram a pauta sobre a importância da qualidade nos serviços públicos. E não é possível fazer serviço público na área de saúde com qualidade sem médicos, sem estrutura e sem recursos. E o programa “Mais Médicos” procura atacar as três frentes.
6 – PHA: O programa “Mais Médicos” ajuda sua candidatura a governador de São Paulo?
Min. Padilha: Eu acho, Paulo Henrique, que quem está pensando em 2014 hoje agora está fora da casinha, como diz o povo.
O programa “Mais Médicos” tem uma importância tão grande que eu estou absolutamente focado nele, só penso nele. E estou muito animado pelo fato da presidente ter tido a coragem de pautar esse tema no País.
Eu sei que uma parte da polêmica, uma parte das reações é também porque, durante muitos anos, se tentou consolidar uma imagem de que o País tinha muitos médicos.
E quando o ministério da Saúde vem e compara que o Brasil tem 1.8 médicos por mil habitantes e a Argentina tem mais de 3 médicos por mil habitantes, Espanha e Portugal tem 4 médicos por mil habitantes, nós sabemos que nós estamos pondo o dedo em uma ferida, que tem polêmica, que tem debate, mas que é importante sim fazê-lo para a consolidação do SUS.
O ministro se disse absolutamente concentrado nas medidas do Pacto Nacional da Saúde, em especial no programa “Mais Médicos” que, segundo ele, será decisivo na consolidação do Sistema Único de Saúde, o SUS, que completou 25 anos.
O ministro Padilha rebateu as críticas sobre as diretrizes do programa, sobretudo no que diz respeito ao foco principal da proposta que é aumentar o número de médicos por habitantes.
O projeto que prevê a contratação de médicos para o interior do País, com a vinda de médicos estrangeiros quando necessário, tem causado polêmica na área médica.
Médicos e as associações de classe têm criticado o foco do programa, uma vez que entendem que o problema da saúde pública no Brasil não é a falta de médicos e, sim, a falta de estrutura, de leitos e hospitais.
Para Padilha, a política adequada para a saúde não é uma escolha entre mais médicos ou mais hospitais: “precisamos agir em todas as áreas ao mesmo tempo, e agora”, diz o ministro.
A íntegra da entrevista em áudio e texto:
1 – PHA: Ministro, como o senhor reage às críticas de médicos famosos, como, por exemplo, o Dr. Drauzio Varela – que inclusive tem uma participação na televisão muito conhecida – que diz que antes de mandar médicos é preciso construir hospitais. Como o senhor reage a isso?
Ministro Padilha: Eu estou convencido de que nós temos que agir com tudo ao mesmo tempo, e agora.
O programa ”Mais Médicos” tem como sua primeira ação um forte investimento em infraestrutura.
E não só em hospitais, mas em unidades de saúde, unidades fluviais de saúde na região amazônica, porque nós temos que tirar da mentalidade do SUS de que saúde só se faz dentro de hospital.
Saúde se faz mais perto de onde as pessoas vivem, moram. É lá que você permite um cuidado continuado à pessoa, inclusive fora do ambiente hospitalar.
Então, a primeira ação é ter mais estrutura sim: nas unidades de saúde, nas unidades fluviais na amazônia, unidades básicas.
São 20 mil unidades básicas sendo ampliadas, reformadas e construídas em todo o País.
Também precisamos – e o ”Mais Médicos” tem isso – de mais recursos e melhor funcionamento dessas unidades. A garantia de medicamentos, de insumos, de tratamento e o combate de qualquer tipo de desperdício nos recursos da saúde.
Combinado isso, nós precisamos de um profissional nessas unidades saúde. Nós já temos várias unidades que já foram montadas, ficaram prontas, o que falta para funcionar nessas unidades é um profissional da saúde.
Aliás, um estudo que foi feito recentemente mostra que nos últimos 5 anos, aumentou em 40% a quantidade de equipamentos. Aumentou em mais de 17% o número de leitos e estrutura hospital e aumentou apenas 14% o número de médicos no nosso país.
Nós precisamos agir em três dimensões: mais e melhores unidades de saúde. Melhor gestão e garantia de recursos na saúde e mais médicos, porque não se faz saúde sem médicos.
2 – PHA: Quantos hospitais o senhor calcula que estão sem médicos hoje no Brasil?
Min. Padilha: Não só pensando nos hospitais, mas pensando nas unidades básicas de saúde.
O Ministério da Saúde fez uma pesquisa detalhada com hospitais públicos e privados brasileiros e constatou que 70% deles tem dificuldade para contratar e fixar pediatras.
Quase 60% deles tem dificuldade em fixar Anestesiologia.
Nós estamos expandindo 80 novos centros de tratamento para o câncer no Brasil, e o principal gargalo para fazê-los funcionar será termos médicos oncologistas especializados em tratamentos do câncer.
Então, quando estamos falando de hospitais, é muito importante também aumentar o número de especialistas no nosso país.
Por isso, que uma das ações do “Mais Médicos” é abertura de 12 mil novas vagas de residência médica.
Isso é dobrar o número de vagas para residência médica que nós temos hoje, mas queremos ampliar para as especialidades que nós mais precisamos. A abertura de novas vagas em residência, quais especialidades a serem valorizadas, tem de seguir as necessidades de saúde do País. Não pode ter nenhum outro interesse além das necessidades do País.
Então o País precisa formar mais anestesiologia, mais neurocirurgião, mais pediatras, mais médicos para o tratamento do câncer…
Nós queremos que cada médico formado tenha a oportunidade de fazer uma especialidade médica no nosso País.
3 – PHA: O senhor fala frequentemente que existe uma especialização precoce na formação de médicos no Brasil. O que é isso e como combatê-la?
Min. Padilha: Esse é um fator decisivo para a formação dos médicos, não podemos perder essa oportunidade para fazer a mesma mudança nas escolas médicas que os países europeus como a Inglaterra, Bélgica, Suécia, Espanha e Portugal já fizeram. O que é isso?
Hoje o médico se forma sem ter a oportunidade de acompanhar uma mulher gestante desde o pré-natal até o momento do parto, ou do nascimento dessa criança até os primeiros anos de desenvolvimento dessa criança.
Todos os médicos que se formam não tiveram essa experiência.
Nenhum médico que se forma hoje tem a experiência, durante o curso de medicina, de acompanhar um mesmo paciente diabético, hipertenso por um ano.
Nenhum deles teve a oportunidade de acompanhar um paciente que foi diagnosticado com depressão, começou o tratamento, quais foram as respostas a esse tratamento.
Ou seja, a formação do estudante de medicina hoje – e isso não é culpa do estudante, é como foi estruturada a escola médica – é de conhecer os pacientes aos pedaços, a partir das especialidades médicas em hospitais de alta complexidade.
Por isso que é muito importante a ideia dos dois anos no SUS, na atenção primaria, no médico da família e na urgência e emergência no final da formação do médico.
Porque ele vai fazer o estudante – que já tem um conjunto de conhecimentos e experiência acumulada – fique dois anos, com supervisão, na medicina da família, na urgência e emergência, acompanhado já com responsabilidades, e com isso, sair um médico mais experiente e mais bem formado para o conjunto da população.
Essa mudança já está na Medida Provisória, e tem agora seis meses de debate no Conselho Nacional de Educação com as entidades médicas, na Associação de Urgência Médica, para detalhar como vai ser esses dois anos na atenção básica e na urgência e emergência.
4 – PHA: Eu vou fazer uma afirmação e vou pedir para o senhor julgar se ela é correta, incorreta ou quase correta: o sonho de todo estudante de Medicina no Brasil é sair da faculdade e ir trabalhar no Sírio Libanês.
Min. Padilha: Eu acho que é incorreta. Não é o sonho de todo não.
Agora, eu acho que o sonho é ir trabalhar em um hospital de qualidade, no padrão de qualidade como o do Sírio Libanês, do Albert Einstein.
E o nosso sonho, e o nosso trabalho tem que ser oferecer à população brasileira, na rede pública de saúde, hospitais da mesma qualidade que os melhores hospitais privados do País.
Não à toa, nós conseguimos fazer isso em algumas coisas. Por exemplo, o Brasil é recordista mundial em número de transplantes totalmente gratuitos. Não existe procedimento mais complexo, que exija um hospital de melhor qualidade, com mais estrutura do que o transplante público.
Então eu acredito sim, e o meu sonho como ministro e como médico – porque eu estou ministro, mas sou médico – que é possível ter uma saúde pública com a mesma qualidade de hospitais como o Sírio e o Einstein.
5 – PHA: Qual a relação das políticas anunciadas no programa “Mais Médicos” e as manifestações que aconteceram recentemente? Foi uma resposta as manifestações?
Min. Padilha: Não, não foi uma resposta porque nós já vinhamos trabalhando há um ano, um ano e meio, discutindo consultando experiência internacionais.
Acho que isso é uma resposta aos 25 anos do SUS. Nós estamos em um momento histórico, que países como Inglaterra; Canadá; Espanha, também tiveram que enfrentar para consolidar sistemais nacionais, universais, públicos e gratuitos.
Você precisa sim definir quantos médicos você quer ter, como distribuí-los, quais as especialidades médicas nós precisamos ter.
Agora, acredito que as manifestações trouxeram a pauta sobre a importância da qualidade nos serviços públicos. E não é possível fazer serviço público na área de saúde com qualidade sem médicos, sem estrutura e sem recursos. E o programa “Mais Médicos” procura atacar as três frentes.
6 – PHA: O programa “Mais Médicos” ajuda sua candidatura a governador de São Paulo?
Min. Padilha: Eu acho, Paulo Henrique, que quem está pensando em 2014 hoje agora está fora da casinha, como diz o povo.
O programa “Mais Médicos” tem uma importância tão grande que eu estou absolutamente focado nele, só penso nele. E estou muito animado pelo fato da presidente ter tido a coragem de pautar esse tema no País.
Eu sei que uma parte da polêmica, uma parte das reações é também porque, durante muitos anos, se tentou consolidar uma imagem de que o País tinha muitos médicos.
E quando o ministério da Saúde vem e compara que o Brasil tem 1.8 médicos por mil habitantes e a Argentina tem mais de 3 médicos por mil habitantes, Espanha e Portugal tem 4 médicos por mil habitantes, nós sabemos que nós estamos pondo o dedo em uma ferida, que tem polêmica, que tem debate, mas que é importante sim fazê-lo para a consolidação do SUS.
Há pelo menos uns três anos faço postagens defendendo o emprego do estudante de medicina no setor público como uma forma de retorno ao investimento público, quem já viu os valores de mensalidade de um curso de medicina particular sabe do que estou falando.
Recentemente comentei a problema da necessidade de mais médicos, e como o próprio SIMERS e outras entidades médicas já afirmaram, há a necessidade de ampliação da infraestrutura.
Bom, aí vemos algo interessante. Já vi casos de pacientes internarem em hospitais particulares, através de convênio privado, para fazer cirurgia plástica e ao término desta não ter leito para ser redirecionado. Quem não já pagou por uma consulta particular e não foi atendido no horário? E não estou falando de convênio, falo de cash.
Isso não é ausência de médicos? Não há necessidade de mais médicos realmente? Não adianta os médicos enquanto classe acreditarem que há uma perseguição às bruxas, mas sim participarem da solução, talvez reconhecendo essas necessidades, tanto do retorno ao investimento público com serviço à sociedade, como uma forma de ampliação de oferta do serviço médico de forma geral.
A desculpa do salário e falta de infraestrutura, me desculpem não pega. Sei que todos, e isso não é exclusividade da classe médica querem melhoria da qualidade de vida, mas com já publiquei aqui antes, o salário nas Forças Armadas, assim com seus hospitais oferecem condições dignas, não excelentes, mas dignas, de trabalho. E, mesmo assim as Forças Armadas não conseguem manter os médicos que saem em busca de melhores salários, que por sinal, recentemente foram colocados com um dos melhores do país, pouco abaixo dos médicos. Parece brincadeira, mas alguém abandonar emprego que garante aposentadoria integral, pelo setor privado instável e sem essa vantagem, por uma pequena diferença salarial indicaria imbecilidade. E convenhamos, os médicos não são imbecis, é bom verificar com olhos mais críticos essa realidade.
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