Grupo Gerdau. Osso duro de roer
O grupo Gerdau preferiu fechar por seis meses as portas de uma das suas maiores usinas nos Estados Unidos para não ter que lidar com eles. Quando a Vale do Rio Doce decidiu comprar a mineradora canadense Inco, eles foram os primeiros a fazer cara feia. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acaba de perder um negócio importante porque eles não gostaram dos seus planos. Apareceu um osso duro de roer no caminho das empresas brasileiras que resolveram expandir suas atividades no exterior. Eles são os Metalúrgicos Unidos (USW, na sigla em inglês), um sindicato aguerrido que defende os interesses de 850 mil trabalhadores nos EUA e no Canadá e cuja influência atinge diversos setores da economia.
O grupo Gerdau preferiu fechar por seis meses as portas de uma das suas maiores usinas nos Estados Unidos para não ter que lidar com eles. Quando a Vale do Rio Doce decidiu comprar a mineradora canadense Inco, eles foram os primeiros a fazer cara feia. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acaba de perder um negócio importante porque eles não gostaram dos seus planos. Apareceu um osso duro de roer no caminho das empresas brasileiras que resolveram expandir suas atividades no exterior. Eles são os Metalúrgicos Unidos (USW, na sigla em inglês), um sindicato aguerrido que defende os interesses de 850 mil trabalhadores nos EUA e no Canadá e cuja influência atinge diversos setores da economia.
A reportagem é do Valor, dia 29-11-2006.
Sua capacidade de criar dificuldades começou a ser percebida há pouco tempo por companhias como Gerdau e CSN. Num momento crucial da trajetória dessas empresas, em que elas precisam crescer fora do Brasil para enfrentar os grupos estrangeiros que competem com elas no mercado global, o sindicato surgiu como um adversário temível e inesperado.
É bom se acostumar. "Os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo e não há coisa mais valiosa para uma empresa do que o acesso a esse mercado", diz o presidente do sindicato, Leo Gerard. "Mas não temos razão para entregá-lo de graça e ninguém tem o direito de vir aqui fazer dinheiro às custas do nosso padrão de vida."
Como a CSN descobriu há duas semanas, o preço do ingresso pode ser alto demais. A companhia passou meses negociando uma fusão com a siderúrgica Wheeling-Pittsburgh até ver sua proposta rejeitada pelos acionistas da empresa. A CSN planejava passar a faca nos benefícios pagos pela Wheeling aos trabalhadores e por isso o sindicato se opôs à transação.
Os acionistas perceberam que seria impraticável para a CSN administrar a companhia sem amigos no USW e decidiram aceitar uma oferta rival da americana Esmark, que já tinha assinado um acordo com o sindicato prometendo aumentar os benefícios dos trabalhadores. "Nenhuma empresa jamais teve sucesso nessa indústria brigando com o sindicato", diz o presidente da Esmark, Craig Bouchard.
É o que a Gerdau também já entendeu. Em maio de 2005, a subsidiária que cuida dos negócios do grupo nos EUA e no Canadá, a Gerdau Ameristeel, promoveu um locaute numa usina no Texas para forçar o sindicato a aceitar várias concessões. Com a medida, os trabalhadores foram mandados para casa e ficaram sem receber seus salários, e a usina suspendeu a produção.
Foi inútil. Em novembro, a empresa encerrou o locaute, chamou todos de volta ao trabalho e aceitou retornar à mesa de negociações. O sindicato representa 2,7 mil dos 7,2 mil empregados da Gerdau na América do Norte e no momento negocia a renovação dos contratos coletivos que protegem os interesses dos trabalhadores em seis das 14 usinas que o grupo controla.
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