Proposta de trégua com palestinos abre crise político-militar em Israel
Chefe do Exército diz que não foi consultado pelo governo sobre cessar-fogo
TEL AVIV. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Dan Halutz, queixou-se ontem de não ter sido consultado sobre as condições para o cessar-fogo com os palestinos. Em reunião da Comissão de Defesa e Assuntos Externos da Knesset, o Parlamento israelense, Halutz disse que o Exército foi apenas "parcialmente consultado" antes do estabelecimento do frágil cessar-fogo com militantes responsáveis pelo lançamento de foguetes Qassam da Faixa de Gaza contra o sul do país. Analistas acreditam que os comentários foram uma crítica velada à administração do primeiro-ministro Ehud Olmert, menos de 24 horas após o discurso em que o premier prometeu libertar presos palestinos e remover assentamentos na Cisjordânia em troca da libertação do cabo seqüestrado Gilad Shalit e de um acordo de paz definitivo.
De acordo com fontes presentes à reunião, o clima foi tenso e Halutz parecia aborrecido, sobretudo ao ser atacado por políticos da direita que o acusavam de não agir com firmeza para evitar o lançamento dos foguetes contra Israel. O episódio aponta uma nova crise nas relações entre o Exército e o Poder Executivo, abaladas desde o fracasso da campanha militar contra o grupo xiita libanês Hezbollah no sul do Líbano em julho passado.
Foguetes de Gaza atingem cidade israelense
O deputado Ran Cohen, do partido de esquerda Meretz, minimizou as declarações e afirmou que o primeiro-ministro não tem a obrigação de pedir permissão do Exército antes de tomar decisões, mas apenas de solicitar que os serviços de inteligência militar atuem com precisão e repassem informações que possam tornar arriscada a manobra política.
- O Exército não tem o direito de reclamar, mas precisa assumir a responsabilidade por sua parte do cessar-fogo e ajudar a protegê-lo. É preciso retirar o que restou da artilharia na Faixa de Gaza para evitar qualquer risco de sermos responsáveis por eventuais morte de inocentes palestinos - disse Cohen ao GLOBO
Poucas horas depois, pelo menos dois Qassams atingiram a cidade de Sderot, na segunda violação do cessar-fogo declarado há quatro dias. O Exército manteve a determinação de não revidar, mas anunciou que vai mudar sua estratégia de ação em torno da Faixa de Gaza. Segundo as novas ordens, soldados israelenses poderão abrir fogo caso identifiquem militantes palestinos em ação para lançar novos foguetes. O ministro da Defesa, Amir Peretz, advertiu os palestinos para o cumprimento da trégua e ameaçou com uma dura resposta israelense caso as facções palestinas fracassem na promessa.
A sustentação da trégua é peça fundamental para a retomada das negociações entre israelenses e palestinos, em especial antes da chegada da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que deve viajar ao Oriente Médio na quinta-feira
Chefe do Exército diz que não foi consultado pelo governo sobre cessar-fogo
TEL AVIV. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Dan Halutz, queixou-se ontem de não ter sido consultado sobre as condições para o cessar-fogo com os palestinos. Em reunião da Comissão de Defesa e Assuntos Externos da Knesset, o Parlamento israelense, Halutz disse que o Exército foi apenas "parcialmente consultado" antes do estabelecimento do frágil cessar-fogo com militantes responsáveis pelo lançamento de foguetes Qassam da Faixa de Gaza contra o sul do país. Analistas acreditam que os comentários foram uma crítica velada à administração do primeiro-ministro Ehud Olmert, menos de 24 horas após o discurso em que o premier prometeu libertar presos palestinos e remover assentamentos na Cisjordânia em troca da libertação do cabo seqüestrado Gilad Shalit e de um acordo de paz definitivo.
De acordo com fontes presentes à reunião, o clima foi tenso e Halutz parecia aborrecido, sobretudo ao ser atacado por políticos da direita que o acusavam de não agir com firmeza para evitar o lançamento dos foguetes contra Israel. O episódio aponta uma nova crise nas relações entre o Exército e o Poder Executivo, abaladas desde o fracasso da campanha militar contra o grupo xiita libanês Hezbollah no sul do Líbano em julho passado.
Foguetes de Gaza atingem cidade israelense
O deputado Ran Cohen, do partido de esquerda Meretz, minimizou as declarações e afirmou que o primeiro-ministro não tem a obrigação de pedir permissão do Exército antes de tomar decisões, mas apenas de solicitar que os serviços de inteligência militar atuem com precisão e repassem informações que possam tornar arriscada a manobra política.
- O Exército não tem o direito de reclamar, mas precisa assumir a responsabilidade por sua parte do cessar-fogo e ajudar a protegê-lo. É preciso retirar o que restou da artilharia na Faixa de Gaza para evitar qualquer risco de sermos responsáveis por eventuais morte de inocentes palestinos - disse Cohen ao GLOBO
Poucas horas depois, pelo menos dois Qassams atingiram a cidade de Sderot, na segunda violação do cessar-fogo declarado há quatro dias. O Exército manteve a determinação de não revidar, mas anunciou que vai mudar sua estratégia de ação em torno da Faixa de Gaza. Segundo as novas ordens, soldados israelenses poderão abrir fogo caso identifiquem militantes palestinos em ação para lançar novos foguetes. O ministro da Defesa, Amir Peretz, advertiu os palestinos para o cumprimento da trégua e ameaçou com uma dura resposta israelense caso as facções palestinas fracassem na promessa.
A sustentação da trégua é peça fundamental para a retomada das negociações entre israelenses e palestinos, em especial antes da chegada da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que deve viajar ao Oriente Médio na quinta-feira
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