A serpente Rhabdophis tigrinus , do sudeste da Ásia, tem uma estratégia de defesa incomum: ao invés de produzir seu próprio veneno, ela recorre à toxina de sapos do gênero Bufo dos quais se alimenta. Após predar o anfíbio, a serpente armazena parte dos esteróides tóxicos produzidos por ele em glândulas de defesa situadas em sua nuca. A constatação, relatada esta semana na revista PNAS , foi feita por cientistas norte-americanos e japoneses. A equipe analisou o conteúdo das glândulas de serpentes coletadas em diferentes localidades. Aquelas capturadas em regiões nas quais os sapos eram abundantes apresentavam uma alta concentração da toxina; já as cobras capturadas em uma ilha na qual não havia sapos não tinham qualquer resquício do composto. O grupo mostrou ainda que as serpentes com altas concentrações de toxina podem transmiti-la a seus filhotes e aumentar sua chance de sobrevivência. O seqüestro de toxinas de outras espécies era conhecido em alguns insetos e gastrópodes, mas é incomum entre vertebrados.
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