Indiana vence CSN e leva Corus por US$11,3 bi
Após disputa de 3 meses, Tata compra a maior siderúrgica britânica em leilão. Brasileira ofereceu US$11,207 bi
LONDRES, BOMBAIM e RIO. A siderúrgica indiana Tata Steel superou a oferta da brasileira CSN e adquiriu o controle da anglo-holandesa Corus em leilão que durou mais de oito horas e foi encerrado no fim da noite de ontem. O Painel de Aquisições britânico informou, em comunicado enviado por e-mail, que a Tata concordou em oferecer aos investidores da Corus 608 pence por ação em dinheiro, ou 5,75 bilhões de libras, o equivalente a US$11,3 bilhões de dólares. A CSN ofereceu 603 pence por ação pela Corus, ou US$11,207 bilhões, segundo o Painel.
"O conselho (da Corus) fará suas recomendações mais tarde, durante o dia", informou um porta-voz do grupo anglo-holandês, após o leilão, que começou às 16h30m (14h30m, horário de Brasília).
Em Nova Déli, na Índia, a direção da Tata confirmou o lance. Com a aquisição, a siderúrgica ocupará a quinta posição no ranking mundial do setor, que é encabeçado pela Mittal Arcelor.
A briga entre as siderúrgicas brasileira e indiana pelo grupo britânico durou três meses. Antes do leilão, convocado pelo Painel de Aquisições na semana passada para pôr fim à batalha de aquisição, a CSN tinha a dianteira com uma oferta de 4,9 bilhões de libras (US$9,6 bilhões de dólares), ou 515 pence por ação, valor aceito pela Corus em 11 de dezembro. Essa oferta superou o valor anterior da Tata Steel, de 500 pence por ação. A Tata deu início à disputa com uma oferta de 455 pence por ação no dia 20 de outubro.
Ontem, as ações da Corus avançaram 0,5% no mercado londrino. Já os papéis da CSN, empresa comandada por Benjamin Steinbruch, subiram 2,46%, a sexta maior alta do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
- Os papéis da CSN caíram muito desde novembro, quando ela anunciou a intenção de comprar a Corus. Já outras ações do setor siderúrgico avançaram no mesmo período. Por isso, acredito que a alta de ontem reflete mais um ajuste nas cotações - avaliou Leonardo Messer, diretor de Renda Variável da Meta Asset Management.
Na atual tendência à consolidação, as siderúrgicas em todo o mundo estão pagando grandes prêmios para comprar os rivais. Segundo especialistas, com os preços dos metais aumentando, as companhias estão tentando cortar vagas e custos de matéria-prima, para ganhar competitividade.
Tanto a CSN quanto a Tata estavam dispostas a comprar a Corus para se tornarem um importante participante no mercado siderúrgico. A compra permitirá que a Tata agregue unidades de finalização na Europa, região que fornece matéria-prima para grandes fabricantes de automóveis, como a Ford. A Corus, de acordo com informações do International Iron and Steel Institute (IISI), produziu 18,2 milhões de toneladas de aço em 2005, e ocupa a 9ª posição no ranking mundial.
A maior aquisição no setor siderúrgico foi a da Mittal Steel, sediada na Holanda. Ela comprou a Arcelor, de Luxemburgo, em 2006, por US$38,3 bilhões.
Ontem, a Tata Steel anunciou que seu lucro líquido trimestral subiu 41%, ficando abaixo das expectativas, devido ao custo de matérias-primas.
(*) Agências internacionais, com Bloomberg News
COLABOROU Patricia Eloy
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