Com a aprovação do zoneamento para o plantio de florestas de eucaliptos, indústrias de celulose aceleram o processo de instalação no Estado. A Votorantim Celulose e Papel (VCP) retomará o estudo de impacto ambiental (EIA) a fim de obter licença prévia para a fábrica que pretende construir na Zona Sul, com investimento de US$ 2 bilhões. O documento é concedido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A reportagem é do jornal Zero Hora, 11-04-2008.
Os trabalhos de elaboração do EIA estavam em fase final, mas foram suspensos há cerca de um ano devido à indefinição quanto às regras para se implantar florestas no Estado - situação contornada com o zoneamento aprovado.
A intenção é de que o estudo da empresa fique pronto no segundo semestre deste ano, quando será anunciado também o local que receberá a planta industrial, informa o diretor florestal da VCP, José Maria de Arruda Mendes Filho. Disputam o empreendimento os municípios de Arroio Grande, Capão do Leão, Cerrito, Pelotas, Pedro Osório e Rio Grande. Para abastecer a fábrica, a empresa já tem 48 mil hectares de terra plantados com eucalipto e pretende chegar a 140 mil. Somente neste ano, o plano é plantar 22 mil hectares.
- É um plano ousado, mas a expectativa é de cumprir a meta com tranqüilidade - afirma José Maria de Arruda Mendes Filho.
A Aracruz, que já tem licença prévia para ampliar a fábrica de Guaíba, também considerou a aprovação do zoneamento um avanço. O projeto ainda depende da aprovação final dos acionistas da empresa para sair do papel. A reunião estava marcada para dezembro, mas a interrupção da concessão de licenças decorrente da falta de zoneamento contribuiu para que fosse adiada. Agora, a empresa aguarda a normalização do fluxo de concessão de licenças de plantio para dar seguimento ao seu plano industrial. O investimento no projeto é de US$ 2,8 bilhões.
Já a Stora Enso, que planeja se instalar na Fronteira Oeste, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que considerou a aprovação do zoneamento "determinante para as regras a serem seguidas no projeto de base florestal", mas ressaltou que "a decisão sobre uma fábrica depende de outros fatores e pertence a outra etapa do empreendimento".
Entre os entraves ao projeto está a necessidade de uma decisão do Conselho de Defesa Nacional autorizando a escrituração das terras compradas pela empresa na região fronteiriça.
Segundo dados da Associação Gaúcha das Empresas Florestais, a área de plantio industrial no Estado já atingiu 560 mil hectares, principalmente para abastecer a indústria moveleira, e deverá chegar a 1 milhão nos próximos cinco anos, com destaque para a indústria de celulose, matéria-prima para produção de papel fabricada a partir de madeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário