O trabalho infantil doméstico, que está para ser incluído pelo governo na lista das piores formas de trabalho para as crianças, ocupava 410.732 meninas, meninos e adolescentes de 5 a 17 anos no Brasil, em 2006.
O levantamento inédito, feito pela Organização Internacional do Trabalho – OIT – com base em dados da Pesquisa Nacional de Domicílios – PNAD/2006 -, do IBGE, mostra que o número teve crescimento – ainda que pequeno, de 1, 26% - em relação ao de 2005, enquanto o total de crianças trabalhando no país caiu de 5,4 milhões para 5,1 milhões. A reportagem é do jornal O Globo, 13-04-2008.
É o lado perverso da expansão da economia brasileira. Segundo a OIT, a melhora na renda entre as classes mais baixas permitiu que elas contratem o serviço de crianças, porque ele muito barato. Para o economista especializado em mercado de trabalho, Claudio Dedecca, da Unicamp, esse efeito colateral tende a diminuir conforme a situação continue melhorando. Segundo ele, o aumento da renda dos últimos tempos não foi suficiente para impedir que outros membros da família procurem o mercado de trabalho: “Há uma chancela da família, que vê como natural essa entrada da menina no trabalho doméstico. Mas não para culpar a família somente. O Estado tem que fazer a sua parte. O ideal é uma política educacional de tempo integral”.
A secretária nacional de Assistência Social, Ana Lígia Gomes, disse que eliminar o emprego doméstico infantil é um desafio, pois há uma aceitação desse trabalho, além da dificuldade de se fiscalizar dentro dos domicílios.
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