O sucesso do pacote de US$ 700 bilhões depende tanto do Congresso americano quanto dos bancos centrais da China e do Oriente Médio. Embora os congressistas já tenham fechado um acordo para aprovar o plano de ajuda, os Estados Unidos precisarão de governos e investidores estrangeiros interessados em comprar uma boa parte do déficit que vai surgir para financiar a recuperação financeira proposta, segundo artigo publicado ontem pelo Wall Street Journal.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 29-09-2008.
Por meio século, os Estados Unidos venderam a idéia de um sistema financeiro global no qual o dinheiro migrava dos que tinham para aqueles que precisavam dele, sem se importar com as fronteiras, prossegue o artigo. A atual crise poderia representar o triunfo dessa política, não fosse pelo fato de que o sistema financeiro global previa que os bancos e as firmas financeiras americanos seriam o salva-vidas do mundo. Hoje, essas instituições se parecem com exaustos nadadores prestes a sofrer um ataque cardíaco ou a se afogar, diz o jornal.
A crise financeira deixou claro o quanto os investidores estrangeiros se tornaram vitais para Washington. O Federal Reserve, o banco central, e o Tesouro decidiram salvar as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac para garantir à China, que detém algo próximo a US$ 1 trilhão em débitos americanos, de que ações dos Estados Unidos eram seguras.
China, Arábia Saudita e outros grandes investidores estrangeiros provavelmente não devem adotar medidas que ameacem o dólar porque eles detêm muito da dívida americana, avalia o jornal. No entanto, não se espera que fundos soberanos saudáveis saiam comprando partes adicionais de firmas financeiras. A China Investment Corp, por exemplo, ficou bastante cautelosa em aumentar sua participação no Morgan Stanley após ter sido criticada internamente por ter investido em companhias americanas a perigo.
Grandes fundos de investimentos no Kuwait, Qatar e em Abu Dabi já informaram que não planejam participar do resgate de bancos ameaçados de Wall Street, mas os americanos esperam que fundos de menor porte se interessem em procurar por barganhas nos mercados imobiliário, financeiro e de seguros, acrescenta o artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário