Os observadores devem fiscalizar a retirada das tropas |
Cerca de 200 observadores não-armados irão fiscalizar a retirada das tropas, prevista no acordo de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia.
Um correspondente da BBC, entretanto, disse que a equipe de monitores que ele acompanhava não recebeu permissão do Exército russo para entrar na área - controlada pela Rússia desde o início do conflito armado com a Geórgia, em agosto.
Pelos termos do acordo firmado entre os dois países e mediado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, a retirada deve ser feita até o dia 10 de outubro, o que significa que os soldados russos devem deixar as zonas de segurança dentro de dez dias.
O correspondente da BBC Richard Galpin, afirma, entretanto, que há dúvidas sobre o comportamento dos russos e se eles irão de fato permitir o acesso dos observadores às áreas controladas.
Galpin, que acompanha a movimentação de monitores da UE em Mukharani, perto da zona de segurança, disse que as tropas russas no local não estão autorizando a entrada das equipes européias, alegando "razões de segurança".
Contradição
O porta-voz das tropas russas no país, Vitaly Manushko, afirmou que os monitores poderão patrulhar apenas “até a fronteira ao sul das zonas de segurança”.
Segundo Galpin, ainda não está claro se a postura da Rússia é apenas uma bravata ou mesmo uma tentativa de atrasar a entrada dos monitores europeus e, conseqüentemente, a retirada das tropas russas das áreas controladas.
Para o correspondente, o acesso dos observadores a todas as áreas será um verdadeiro teste para avaliar o compromisso da Rússia com o acordo de cessar-fogo assinado em agosto.
O chefe de política internacional da União Européia, Javier Solana, afirmou que as mensagens vindas de Moscou são contraditórias, mas se disse otimista de que o início da missão dos observadores irá seguir conforme o acordo.
“Estou otimista de que as duas partes irão cumprir, assim como nós fizemos, com os termos do acordo”, disse.
A retirada das tropas russas é um dos principais pontos do acordo de cessar-fogo mediado pela França.
No entanto, a Rússia pretende manter um contingente de cerca de 8 mil soldados na Abecásia e na Ossétia do Sul – províncias que Moscou reconheceu como Estados independentes.
Os líderes ocidentais condenaram tanto o controle das áreas de segurança quanto o reconhecimento pelos russos da independência das regiões separatistas da Geórgia.
Conflito
O conflito na região começou no dia 7 de agosto, quando a Geórgia tentou retomar o controle sobre a Ossétia do Sul à força depois de uma série de conflitos menores.
A Rússia invadiu a região lançando um contra-ataque e expulsando as tropas georgianas da Ossétia do Sul e da Abecásia.
O porta-voz do ministro da Defesa russo, Nikolai Uvarov, disse que a Rússia removeu alguns postos de controle na área portuária de Poti, na costa do Mar Negro.
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