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Segunda-Feira, 27 de Abril de 2009
Dantas deve ser indiciado hoje pela PF
Já condenado por corrupção, banqueiro pode responder por formação de quadrilha
Fausto Macedo
O banqueiro Daniel Dantas deverá ser formalmente indiciado hoje pela Polícia Federal no inquérito Satiagraha.
Não estão definidas ainda todas as tipificações penais que serão imputadas ao controlador do Grupo Opportunity - já condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa -, mas a PF avalia que reuniu indícios suficientes para enquadrá-lo em lavagem de dinheiro, ilícitos financeiros, tráfico de influência, formação de quadrilha e violação a dois artigos da Lei do Colarinho Branco - o artigo 17, que veda empréstimos fraudulentos entre empresas e controladores de um mesmo grupo econômico; e o 22, que proíbe operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas.
A PF atribui ao banqueiro o papel de líder de organização criminosa para remessa de valores a paraísos fiscais por meio do Opportunity Fund.
Na véspera do feriado de Páscoa, os federais vasculharam a sede do banco, no Rio, e recolheram 20 malotes de documentos referentes a contratos supostamente ilegais, por meio dos quais Dantas teria feito transferências para o exterior não declaradas à Receita Federal e ao Banco Central.
A PF considera que esses papéis são fundamentais para o indiciamento. Além de Dantas, foram intimados seus principais auxiliares - 12 dirigentes do Opportunity que também serão enquadrados, entre eles Dório Ferman, presidente da instituição financeira. Ferman já depôs, por 6 horas e meia, há três semanas. Agora, foi chamado para o indiciamento.
As audiências estão marcadas para hoje e amanhã. O procurador da República Rodrigo de Grandis, acusador de Dantas, vai acompanhar os interrogatórios, conduzidos pelo delegado Ricardo Saadi, especialista da PF em investigações de crimes financeiros. Saadi assumiu o comando do inquérito quando o delegado Protógenes Queiroz foi afastado do caso.
Após nove meses de apuração, Saadi está convencido da necessidade do indiciamento do banqueiro. Em novembro, o delegado requereu a prisão preventiva de Dantas. O Ministério Público Federal se manifestou contra a medida. O juiz responsável, Fausto De Sanctis, não decidiu sobre o pedido.
A PF tem pressa em concluir o inquérito. Os Estados Unidos deram até 14 de maio para manter o bloqueio de cerca de US$ 450 milhões de Dantas, depositados em instituições financeiras americanas.
Dantas e sua equipe poderiam pedir à PF que os ouvisse no Rio, onde moram e se localiza a sede da instituição. Mas resolveram depor em São Paulo, decisão tomada após duas longas reuniões realizadas na quinta-feira e no sábado.
Saadi marcou os depoimentos com intervalos curtos, de uma hora entre um e outro. Dantas e os diretores do Opportunity estão dispostos a depor - ao contrário da maioria dos investigados, que invocam o direito de só falar em juízo.
Na reunião de quinta-feira, Dantas comunicou a seus advogados que quer falar à PF. Ele seguiu essa estratégia quando foi interrogado no ano passado por De Sanctis, que o condenou por corrupção e já mandou prendê-lo duas vezes, em julho de 2008 - ordens derrubadas pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Não estão definidas ainda todas as tipificações penais que serão imputadas ao controlador do Grupo Opportunity - já condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa -, mas a PF avalia que reuniu indícios suficientes para enquadrá-lo em lavagem de dinheiro, ilícitos financeiros, tráfico de influência, formação de quadrilha e violação a dois artigos da Lei do Colarinho Branco - o artigo 17, que veda empréstimos fraudulentos entre empresas e controladores de um mesmo grupo econômico; e o 22, que proíbe operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas.
A PF atribui ao banqueiro o papel de líder de organização criminosa para remessa de valores a paraísos fiscais por meio do Opportunity Fund.
Na véspera do feriado de Páscoa, os federais vasculharam a sede do banco, no Rio, e recolheram 20 malotes de documentos referentes a contratos supostamente ilegais, por meio dos quais Dantas teria feito transferências para o exterior não declaradas à Receita Federal e ao Banco Central.
A PF considera que esses papéis são fundamentais para o indiciamento. Além de Dantas, foram intimados seus principais auxiliares - 12 dirigentes do Opportunity que também serão enquadrados, entre eles Dório Ferman, presidente da instituição financeira. Ferman já depôs, por 6 horas e meia, há três semanas. Agora, foi chamado para o indiciamento.
As audiências estão marcadas para hoje e amanhã. O procurador da República Rodrigo de Grandis, acusador de Dantas, vai acompanhar os interrogatórios, conduzidos pelo delegado Ricardo Saadi, especialista da PF em investigações de crimes financeiros. Saadi assumiu o comando do inquérito quando o delegado Protógenes Queiroz foi afastado do caso.
Após nove meses de apuração, Saadi está convencido da necessidade do indiciamento do banqueiro. Em novembro, o delegado requereu a prisão preventiva de Dantas. O Ministério Público Federal se manifestou contra a medida. O juiz responsável, Fausto De Sanctis, não decidiu sobre o pedido.
A PF tem pressa em concluir o inquérito. Os Estados Unidos deram até 14 de maio para manter o bloqueio de cerca de US$ 450 milhões de Dantas, depositados em instituições financeiras americanas.
Dantas e sua equipe poderiam pedir à PF que os ouvisse no Rio, onde moram e se localiza a sede da instituição. Mas resolveram depor em São Paulo, decisão tomada após duas longas reuniões realizadas na quinta-feira e no sábado.
Saadi marcou os depoimentos com intervalos curtos, de uma hora entre um e outro. Dantas e os diretores do Opportunity estão dispostos a depor - ao contrário da maioria dos investigados, que invocam o direito de só falar em juízo.
Na reunião de quinta-feira, Dantas comunicou a seus advogados que quer falar à PF. Ele seguiu essa estratégia quando foi interrogado no ano passado por De Sanctis, que o condenou por corrupção e já mandou prendê-lo duas vezes, em julho de 2008 - ordens derrubadas pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
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