“Estou do lado mais pessimista, e a razão básica é que este não é um ciclo econômico habitual, no qual você acumula estoques, se livra deles e então recomeça a crescer. Nesta crise, os balanços foram devastados, os americanos vão perder as suas casas, um total de 1,7 milhão a 2 milhões de pessoas. Vai demorar mais para a economia se recuperar”, constata Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, 27-01-2008.
Stiglitz acusa o FMI: “Se o FMI tivesse feito o seu trabalho, teria visto a linha de conexão entre esses problemas e percebido também que uma das suas principais funções é a estabilidade dos mercados. Estabilidade dos mercados financeiros significa não exportar hipotecas tóxicas, como fizeram os Estados Unidos. O FMI dormiu ao volante. Eles nem ao menos tiveram uma grande discussão sobre regulação para garantir que não houvesse negociações com essas hipotecas tóxicas”. Pois, segundo Stiglitz, “o fundamento dos desequilíbrios mundiais era o excesso de gastos dos americanos, de US$ 800 bilhões (o déficit em conta corrente). Os americanos tentaram culpar a China e outros países, mas o problema fundamental era seu próprio excesso de consumo”.
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