Gostaria inicialmente de pedir desculpas pela desatualização do blog, mas estou com diversas atividades paralelas que me limitam o tempo de leitura (até mesmo da minha Carta).
Bom iniciarei com um comentário de algo que me surpreendeu no domingo passado. Lendo a Carta me deparei com o uso por parte do Mauricio Dias do termo establishment. Nada de mais o uso em si, apenas me surpreendi por ter o Mino em um editorial de umas três semanas ter comentado a respeito do desuso do termo, que ele considerou "fora de moda" por assim dizer.
Mas, como já comecei por aqui, vou continuar. Mauricio Dias, assim como diversos setores da mídia ainda não compreenderam a candidatura Ciro. Acham que sua insistência tem algo a ver apenas com desejos próprios de se expor na mídia.
Temos que olhar o passado (e como se diz o brasileiro tem memória curta) para entender isso. O Ciro era do PSDB, foi eleito prefeito de Fortaleza e depois governador do estado do Ceará pela sigla, sempre apoiado por Tasso Jereissati.
Tasso Jereissati, assim com Ciro Gomes faziam parte de uma ala do PSDB que disputava o poder interno com a ala de Fernando Henrique e Serra. A saída de Ciro do PSDB tem muito a ver com a impossibilidade de vitória contra esses dois.
A transferência do titulo eleitoral de Ciro para São Paulo é simplesmente uma medida anti-serrista, orquestrada nos bastidores. Lembremos que para Lula, Ciro seria o vice ideal de Dilma. Ciro está em São Paulo para pressionar Serra, e a indecisão do partido (que tem muita encenação atualmente na mídia) com relação a sua candidatura ocorre exatamente por isso. Tanto Serra, quanto Dilma são pré-candidatos, ou seja, ainda a tempo de retirada dos nomes pois não são oficialmente candidatos ainda. Se Serra desistir ( o que seria ótimo) por ver nas pesquisas o avanço de Dilma e resolver se lançar candidato ao governo de São Paulo, Ciro está lá para incomodar. Tudo faz parte de uma orquestração de Lula, que por sinal já havia sido prevista a um bom tempo pela mesma mídia.
A vitória do pragmatismo
Essa eleição vem mostrando um rol de alianças impressionante. Com comentei a alguns meses atrás o PT me dá um medo desgraçado pelas suas idiotices internas. Lula perdeu a eleição para Collor (também com auxílio da mídia, basta ver o documentário "Muito Além do Cidadão Kane) exatamente devido ao radicalismo petista que não aceitava certas alianças e que se julgava acima dos outros partidos. Bem o PT virou poder e os mesmos vícios de corrupção que apareciam antes, retornaram com o partido no poder, espero que tenham realmente aprendido a lição, me parece que com as atuais possibilidades de alianças de Dilma, sim.
Voto nos Presídios
Walter Fanganiello Maierovitch defendeu na Carta da semana passada o direito de voto por parte dos presidiários.
Se tivéssemos a estrutura prisional que os países europeus tem, concordaria com ele, mas como garantir a segurança ou a não intimidação de quem vai trabalhar nos presídios para garantir esse direito? Eu mesmo jamais deixaria por exemplo minha esposa ou qualquer filho meu ser mesário em um presídio nessa atual estrutura que temos. E aí? vale mais o direito constitucional do voto, ou a garantia da vida de quem vai trabalhar para garantir o direito do voto? As coisas não são tão simples como parecem.
Por sinal o direito tem uma criatividade para "pérolas" incrível. Apenas como detalhe, a atual estrutura e existência de grandes corporações que tem por seus interesses privados acima da sociedade como um todo, nós devemos ao direito (procurem os documentários Corporation e Zeitgeist que dão uma boa visão desse mundo corporativo e seus métodos de ação). Mas, me surpreendi com a situação da Itália (depois de ter vivido toda a problemática da operação mãos limpas) ter concedido o direito a reunião reservada entre os mafiosos e seus advogados sem qualquer quebra de sigilo entre ambos.
Que absurdo, como se dá esse direito a alguém que sabidamente tem poder para desafiar o Estado, intimidar vários membros do mesmo ou até cooptá-los. Isso pra mim é algo de uma irresponsabilidade gigantesca, algo que devido as mentes brilhantes da área dos direitos humanos se torna possível. Daqui a pouco teremos o Fernandinho Beira-Mar entre outros com mais direitos do que os que estão libertos por aqui também.
Apartheid Clinico
Esse é o título de uma reportagem da Carta da semana passada que retrata a diferença de atendimento nos hospitais públicos para quem entra pela porta do SUS e quem entra pela porta dos convênios/particular.
Já havia também postado algo que ia ao encontro dessa situação. Se as grandes faculdades de medicina do país são públicas, ou seja, os alunos não pagam mensalidades para cursá-las, e os acadêmicos são em sua maioria provenientes das classes A e B, ou seja, poderiam custear seus estudos, não entendo a ausência até agora de uma legislação que obrigue (não só essa área, mas outras também) os formandos a realizarem pelo menos um turno de trabalho gratuito nos hospitais e postos de saúde públicos por pelo menos um ano, afim de compensarem todo o investimento feito pelo Estado (entenda-se sociedade como um todo, pois somos nós que pagamos os impostos) em sua formação. Isso não solucionaria nosso problema de atendimento, mas daria um certo folego para o sistema.
A ideia da CPMF pelo doutor Adib Jatene foi muito boa, mas seu uso político foi também de grande criatividade (não por culpa sua) sendo o imposto utilizado para muitas coisas e pouco investimento real na melhoria da saúde.
Creio que um imposto direcionado aos grandes hospitais privados e planos de saúde (com sua arrecadação realmente voltada para o sistema de saúde) seria uma ótima medida. Sabemos dos lucros incríveis que tais instituições apresentam, então não seria ou deveria tal imposto ser usado com desculpa para aumento dos preços dos planos.
Tribunais de Exceção
Durante os Governos Militares surgiram os tribunais que deveriam punir os militares. Tal criação foi, e, é alvo de muitas críticas. Mas vamos analisar alguns setores privados. Toda a publicidade veiculada na mídia e julgada pelo CONAR, que até em certa medida faz um bom trabalho, mas é uma instituição privada, mantida por fundos privados, e que em última instância (não sejamos inocentes) vai atender aos interesses privados. Para quem assistiu o documentário "Criança a Alma do Negócio" sabe do que estou falando, quem não assistiu deve assistir, há links para baixar o documentário no site http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40. Então, acho que antes de por o dedo nos tribunais de exceção militares, os diversos setores privados que se beneficiam dos mesmos deveriam pelo menos eliminarem os seus e juntamente com o Estado criarem sistemas de co-regulação. Para terem uma ideia do poder da mídia na Brasil e sua distribuição acessem o site www.donosdamidia.com.br.
Déficit de Atenção
Acho que vou aproveitar a moda e começar a tomar ritalina, devo ter adquirido a tal doença . Justifico. Quando tinha por volta dos 15 anos (já faz tempo) conseguia estudar ouvindo música (sendo mais direto rock, Iron Maiden principalmente), hoje não consigo me concentrar para estudar ou ler o que quero se não houver um mínimo de ambiente silencioso. Então, devo ter adquirido, apesar de na atualidade ainda não ser possível isso segundo a literatura médica, mas com certeza algum estudo brevemente vai dizer sim, que isso é possível.
Por sinal não sei como nossa sociedade conseguiu sobreviver até hoje. Eu e outros que estão na minha faixa de idade ou uma década mais avançada, descobrimos pelas novas correntes pedagógicas que fomos ensinados de forma errada, vários setores disseram que o castigo infantil é danoso para o desenvolvimento e que palmadas (não confundam com espancamento) são odiosas. Nós fomos criados nesse mundo terrível que as novas teorias estão desconstruindo. Deve ser por isso que não conseguimos ser profissionais competentes. Mesmo os que escrevem sobre isso devem ser olhados com certo receio, uma vez que tiveram a mesma educação e criação nesse mundo cão.
Bom iniciarei com um comentário de algo que me surpreendeu no domingo passado. Lendo a Carta me deparei com o uso por parte do Mauricio Dias do termo establishment. Nada de mais o uso em si, apenas me surpreendi por ter o Mino em um editorial de umas três semanas ter comentado a respeito do desuso do termo, que ele considerou "fora de moda" por assim dizer.
Mas, como já comecei por aqui, vou continuar. Mauricio Dias, assim como diversos setores da mídia ainda não compreenderam a candidatura Ciro. Acham que sua insistência tem algo a ver apenas com desejos próprios de se expor na mídia.
Temos que olhar o passado (e como se diz o brasileiro tem memória curta) para entender isso. O Ciro era do PSDB, foi eleito prefeito de Fortaleza e depois governador do estado do Ceará pela sigla, sempre apoiado por Tasso Jereissati.
Tasso Jereissati, assim com Ciro Gomes faziam parte de uma ala do PSDB que disputava o poder interno com a ala de Fernando Henrique e Serra. A saída de Ciro do PSDB tem muito a ver com a impossibilidade de vitória contra esses dois.
A transferência do titulo eleitoral de Ciro para São Paulo é simplesmente uma medida anti-serrista, orquestrada nos bastidores. Lembremos que para Lula, Ciro seria o vice ideal de Dilma. Ciro está em São Paulo para pressionar Serra, e a indecisão do partido (que tem muita encenação atualmente na mídia) com relação a sua candidatura ocorre exatamente por isso. Tanto Serra, quanto Dilma são pré-candidatos, ou seja, ainda a tempo de retirada dos nomes pois não são oficialmente candidatos ainda. Se Serra desistir ( o que seria ótimo) por ver nas pesquisas o avanço de Dilma e resolver se lançar candidato ao governo de São Paulo, Ciro está lá para incomodar. Tudo faz parte de uma orquestração de Lula, que por sinal já havia sido prevista a um bom tempo pela mesma mídia.
A vitória do pragmatismo
Essa eleição vem mostrando um rol de alianças impressionante. Com comentei a alguns meses atrás o PT me dá um medo desgraçado pelas suas idiotices internas. Lula perdeu a eleição para Collor (também com auxílio da mídia, basta ver o documentário "Muito Além do Cidadão Kane) exatamente devido ao radicalismo petista que não aceitava certas alianças e que se julgava acima dos outros partidos. Bem o PT virou poder e os mesmos vícios de corrupção que apareciam antes, retornaram com o partido no poder, espero que tenham realmente aprendido a lição, me parece que com as atuais possibilidades de alianças de Dilma, sim.
Voto nos Presídios
Walter Fanganiello Maierovitch defendeu na Carta da semana passada o direito de voto por parte dos presidiários.
Se tivéssemos a estrutura prisional que os países europeus tem, concordaria com ele, mas como garantir a segurança ou a não intimidação de quem vai trabalhar nos presídios para garantir esse direito? Eu mesmo jamais deixaria por exemplo minha esposa ou qualquer filho meu ser mesário em um presídio nessa atual estrutura que temos. E aí? vale mais o direito constitucional do voto, ou a garantia da vida de quem vai trabalhar para garantir o direito do voto? As coisas não são tão simples como parecem.
Por sinal o direito tem uma criatividade para "pérolas" incrível. Apenas como detalhe, a atual estrutura e existência de grandes corporações que tem por seus interesses privados acima da sociedade como um todo, nós devemos ao direito (procurem os documentários Corporation e Zeitgeist que dão uma boa visão desse mundo corporativo e seus métodos de ação). Mas, me surpreendi com a situação da Itália (depois de ter vivido toda a problemática da operação mãos limpas) ter concedido o direito a reunião reservada entre os mafiosos e seus advogados sem qualquer quebra de sigilo entre ambos.
Que absurdo, como se dá esse direito a alguém que sabidamente tem poder para desafiar o Estado, intimidar vários membros do mesmo ou até cooptá-los. Isso pra mim é algo de uma irresponsabilidade gigantesca, algo que devido as mentes brilhantes da área dos direitos humanos se torna possível. Daqui a pouco teremos o Fernandinho Beira-Mar entre outros com mais direitos do que os que estão libertos por aqui também.
Apartheid Clinico
Esse é o título de uma reportagem da Carta da semana passada que retrata a diferença de atendimento nos hospitais públicos para quem entra pela porta do SUS e quem entra pela porta dos convênios/particular.
Já havia também postado algo que ia ao encontro dessa situação. Se as grandes faculdades de medicina do país são públicas, ou seja, os alunos não pagam mensalidades para cursá-las, e os acadêmicos são em sua maioria provenientes das classes A e B, ou seja, poderiam custear seus estudos, não entendo a ausência até agora de uma legislação que obrigue (não só essa área, mas outras também) os formandos a realizarem pelo menos um turno de trabalho gratuito nos hospitais e postos de saúde públicos por pelo menos um ano, afim de compensarem todo o investimento feito pelo Estado (entenda-se sociedade como um todo, pois somos nós que pagamos os impostos) em sua formação. Isso não solucionaria nosso problema de atendimento, mas daria um certo folego para o sistema.
A ideia da CPMF pelo doutor Adib Jatene foi muito boa, mas seu uso político foi também de grande criatividade (não por culpa sua) sendo o imposto utilizado para muitas coisas e pouco investimento real na melhoria da saúde.
Creio que um imposto direcionado aos grandes hospitais privados e planos de saúde (com sua arrecadação realmente voltada para o sistema de saúde) seria uma ótima medida. Sabemos dos lucros incríveis que tais instituições apresentam, então não seria ou deveria tal imposto ser usado com desculpa para aumento dos preços dos planos.
Tribunais de Exceção
Durante os Governos Militares surgiram os tribunais que deveriam punir os militares. Tal criação foi, e, é alvo de muitas críticas. Mas vamos analisar alguns setores privados. Toda a publicidade veiculada na mídia e julgada pelo CONAR, que até em certa medida faz um bom trabalho, mas é uma instituição privada, mantida por fundos privados, e que em última instância (não sejamos inocentes) vai atender aos interesses privados. Para quem assistiu o documentário "Criança a Alma do Negócio" sabe do que estou falando, quem não assistiu deve assistir, há links para baixar o documentário no site http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40. Então, acho que antes de por o dedo nos tribunais de exceção militares, os diversos setores privados que se beneficiam dos mesmos deveriam pelo menos eliminarem os seus e juntamente com o Estado criarem sistemas de co-regulação. Para terem uma ideia do poder da mídia na Brasil e sua distribuição acessem o site www.donosdamidia.com.br.
Déficit de Atenção
Acho que vou aproveitar a moda e começar a tomar ritalina, devo ter adquirido a tal doença . Justifico. Quando tinha por volta dos 15 anos (já faz tempo) conseguia estudar ouvindo música (sendo mais direto rock, Iron Maiden principalmente), hoje não consigo me concentrar para estudar ou ler o que quero se não houver um mínimo de ambiente silencioso. Então, devo ter adquirido, apesar de na atualidade ainda não ser possível isso segundo a literatura médica, mas com certeza algum estudo brevemente vai dizer sim, que isso é possível.
Por sinal não sei como nossa sociedade conseguiu sobreviver até hoje. Eu e outros que estão na minha faixa de idade ou uma década mais avançada, descobrimos pelas novas correntes pedagógicas que fomos ensinados de forma errada, vários setores disseram que o castigo infantil é danoso para o desenvolvimento e que palmadas (não confundam com espancamento) são odiosas. Nós fomos criados nesse mundo terrível que as novas teorias estão desconstruindo. Deve ser por isso que não conseguimos ser profissionais competentes. Mesmo os que escrevem sobre isso devem ser olhados com certo receio, uma vez que tiveram a mesma educação e criação nesse mundo cão.
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