Cisternas no semi-árido brasileiro já garantem acesso à água para 800 mil pessoas
A Articulação do Semi-Árido (ASA), em seu sexto encontro bianual (VI Enconasa), que aconteceu entre os dias 21 e 24 de novembro, no Crato (CE), reafirmou a necessidade de investimento em uma forma alternativa de desenvolvimento para o semi-árido brasileiro, baseado na idéia de convívio com as condições naturais da região e do seu aproveitamento sustentável. A reportagem é da Agência Carta Maior, 30-11-06. Uma das iniciativas implementadas pela ASA, que converge com essa concepção, é o Programa de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), que levou, desde 2000 até este mês de novembro, 167.630 cisternas a famílias de 1.009 municípios dos estados nordestinos, de Minas Gerais e do Espírito Santo. A ASA calcula que, a partir disso, mais de 800 mil pessoas passaram a ter acesso à água. O objetivo do Programa é que um milhão de famílias do semi-árido possam ter uma cisterna em sua propriedade, levando água para cinco milhões de pessoas.
Na região do Nordeste do Brasil, há 3,3 milhões de domicílios na zona rural, e dois terços desse total – pouco mais de dois milhões – não têm acesso à água, de acordo com o Programa das Nações Unidas (Pnud). Considerando a média oficial de cinco moradores por famílias, isso significa que uma população de dez milhões é privada do direito à água. A concentração e o desperdício do recurso são algumas das razões para que comunidades sertanejas enfrentem meses consecutivos sem água, num lugar onde, ao contrário do que muitos afirmam e acreditam, não chove pouco. De acordo com a ASA, o problema é que as chuvas não se distribuem ao longo do ano. Todos os estados do semi-árido possuem recursos hídricos, seja por meio de chuvas ou por rios subterrâneos, mas são mal distribuídos.
Diante dessa situação, a ASA compreende que a estocagem de água por meio de cisternas – de capacidade é de 16 mil litros - é uma das formas de minimizar os efeitos da seca prolongada de oito meses sobre as famílias e seus cultivos. As cisternas são responsáveis pela captação da chuva a partir do telhado das casas para ser bebida e usada na cozinha.
Durante o VI Enconasa, organizações e representantes do governo federal fizeram uma avaliação positiva dos efeitos e do alcance do Programa. “O P1MC tem se mostrado o mecanismo mais eficaz para garantir que as famílias do semi-árido tenham acesso à água”, afirma Aloísio Melo, coordenador da Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semi-Árido realizou uma avaliação sobre o funcionamento das cisternas em 100 comunidades de diferentes municípios. Ao todo, 3,517 mil famílias 11 estados do semi-árido compuserem o levantamento. “A Embrapa não encontrou nenhuma irregularidade no programa executado, mas há uma preocupação em relação à potabilidade da água”, afirma Aderaldo de Souza Silva, pesquisador da Embrapa. A pesquisa constatou que 55% da água das cisternas avaliadas são potáveis. Luiza Teixeira, pesquisadora da Embrapa, explica que a contaminação de quase metade das cisternas vem da forma de como a captação da água é feita. “A água da chuva não é contaminada, mas pode se tornar a partir do seu contato com o telhado das casas”. Teixeira defende a capacitação das famílias para que a captação de água seja correta e, assim, preservar a sua qualidade. No caso de contaminação, a solução é filtrar e clorar a água.
A Articulação do Semi-Árido (ASA), em seu sexto encontro bianual (VI Enconasa), que aconteceu entre os dias 21 e 24 de novembro, no Crato (CE), reafirmou a necessidade de investimento em uma forma alternativa de desenvolvimento para o semi-árido brasileiro, baseado na idéia de convívio com as condições naturais da região e do seu aproveitamento sustentável. A reportagem é da Agência Carta Maior, 30-11-06. Uma das iniciativas implementadas pela ASA, que converge com essa concepção, é o Programa de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), que levou, desde 2000 até este mês de novembro, 167.630 cisternas a famílias de 1.009 municípios dos estados nordestinos, de Minas Gerais e do Espírito Santo. A ASA calcula que, a partir disso, mais de 800 mil pessoas passaram a ter acesso à água. O objetivo do Programa é que um milhão de famílias do semi-árido possam ter uma cisterna em sua propriedade, levando água para cinco milhões de pessoas.
Na região do Nordeste do Brasil, há 3,3 milhões de domicílios na zona rural, e dois terços desse total – pouco mais de dois milhões – não têm acesso à água, de acordo com o Programa das Nações Unidas (Pnud). Considerando a média oficial de cinco moradores por famílias, isso significa que uma população de dez milhões é privada do direito à água. A concentração e o desperdício do recurso são algumas das razões para que comunidades sertanejas enfrentem meses consecutivos sem água, num lugar onde, ao contrário do que muitos afirmam e acreditam, não chove pouco. De acordo com a ASA, o problema é que as chuvas não se distribuem ao longo do ano. Todos os estados do semi-árido possuem recursos hídricos, seja por meio de chuvas ou por rios subterrâneos, mas são mal distribuídos.
Diante dessa situação, a ASA compreende que a estocagem de água por meio de cisternas – de capacidade é de 16 mil litros - é uma das formas de minimizar os efeitos da seca prolongada de oito meses sobre as famílias e seus cultivos. As cisternas são responsáveis pela captação da chuva a partir do telhado das casas para ser bebida e usada na cozinha.
Durante o VI Enconasa, organizações e representantes do governo federal fizeram uma avaliação positiva dos efeitos e do alcance do Programa. “O P1MC tem se mostrado o mecanismo mais eficaz para garantir que as famílias do semi-árido tenham acesso à água”, afirma Aloísio Melo, coordenador da Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semi-Árido realizou uma avaliação sobre o funcionamento das cisternas em 100 comunidades de diferentes municípios. Ao todo, 3,517 mil famílias 11 estados do semi-árido compuserem o levantamento. “A Embrapa não encontrou nenhuma irregularidade no programa executado, mas há uma preocupação em relação à potabilidade da água”, afirma Aderaldo de Souza Silva, pesquisador da Embrapa. A pesquisa constatou que 55% da água das cisternas avaliadas são potáveis. Luiza Teixeira, pesquisadora da Embrapa, explica que a contaminação de quase metade das cisternas vem da forma de como a captação da água é feita. “A água da chuva não é contaminada, mas pode se tornar a partir do seu contato com o telhado das casas”. Teixeira defende a capacitação das famílias para que a captação de água seja correta e, assim, preservar a sua qualidade. No caso de contaminação, a solução é filtrar e clorar a água.
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