Monocultura do eucalipto tomará quase 3% do território do RS
O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu explicações para a empresa finlandesa Stora Enso, que já teria adquirido, direta ou indiretamente, mais de 100 mil hectares de dezenas de médios proprietários no Estado. Assim, a Stora Enso teria concentrado, em um só ano, mais terras do que todas as desapropriações que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez no RS, nos últimos vinte anos. A reportagem é de Marco Aurélio Weissheimer e publicada pela Agência Carta Maior, 6-12-2006.
As áreas adquiridas pela empresa são destinadas à ampliação da monocultura do eucalipto para a produção de celulose. O MP está preocupado com os possíveis impactos ambientais dessa ampliação, uma vez que não existe licenciamento por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para esse projeto de ampliação. A maior parte das áreas adquiridas pela Stora Enso estão localizadas em uma faixa de 50 quilômetros, próxima à fronteira com Uruguai e Argentina.
Segundo a legislação brasileira, empresas estrangeiras não podem ter propriedades nesta faixa de fronteira. As empresas produtoras de eucalipto defendem a redução desta faixa de segurança para uma margem de apenas 10 quilômetros. A Stora Enso desembarcou no RS em setembro de 2005, quando anunciou a intenção de implementar um ambicioso projeto de monocultura de eucalipto em 100 mil hectares na região sul do Estado, e de instalação de uma fábrica de celulose, totalizando investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão. Segundo o projeto original, 50 mil hectares pertenceriam à empresa.
Somando-se aos projetos da Aracruz e da Votorantim, cerca de 300 mil hectares serão tomados pela monocultura do eucalipto no Estado, valor que corresponde a quase 3% de todo o território do RS. Em junho deste ano, foi a vez da Aracruz anunciar investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão para a produção de eucalipto e celulose.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu explicações para a empresa finlandesa Stora Enso, que já teria adquirido, direta ou indiretamente, mais de 100 mil hectares de dezenas de médios proprietários no Estado. Assim, a Stora Enso teria concentrado, em um só ano, mais terras do que todas as desapropriações que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez no RS, nos últimos vinte anos. A reportagem é de Marco Aurélio Weissheimer e publicada pela Agência Carta Maior, 6-12-2006.
As áreas adquiridas pela empresa são destinadas à ampliação da monocultura do eucalipto para a produção de celulose. O MP está preocupado com os possíveis impactos ambientais dessa ampliação, uma vez que não existe licenciamento por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para esse projeto de ampliação. A maior parte das áreas adquiridas pela Stora Enso estão localizadas em uma faixa de 50 quilômetros, próxima à fronteira com Uruguai e Argentina.
Segundo a legislação brasileira, empresas estrangeiras não podem ter propriedades nesta faixa de fronteira. As empresas produtoras de eucalipto defendem a redução desta faixa de segurança para uma margem de apenas 10 quilômetros. A Stora Enso desembarcou no RS em setembro de 2005, quando anunciou a intenção de implementar um ambicioso projeto de monocultura de eucalipto em 100 mil hectares na região sul do Estado, e de instalação de uma fábrica de celulose, totalizando investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão. Segundo o projeto original, 50 mil hectares pertenceriam à empresa.
Somando-se aos projetos da Aracruz e da Votorantim, cerca de 300 mil hectares serão tomados pela monocultura do eucalipto no Estado, valor que corresponde a quase 3% de todo o território do RS. Em junho deste ano, foi a vez da Aracruz anunciar investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão para a produção de eucalipto e celulose.
Previsões ambiciosas
Segundo estimativa da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as exportações brasileiras de celulose devem crescer 10% em 2007, em comparação ao volume exportado em 2006. Dados preliminares da entidade apontam uma produção de 11 milhões de toneladas de celulose em 2006, volume 6,3% superior ao verificado no ano passado. A Bracelpa avalia que a previsão de investimentos de US$ 14,4 bilhões, no período entre 2003 e 2012, deve ser superada.
A Votorantim e a Stora Enso estariam com seus investimentos atrasados no RS em virtude da resistência de organizações não-governamentais na área ambiental e do ritmo dos processos de licenciamento ambiental. Nas últimas semanas, dirigentes da Stora Enso manifestaram seu descontentamento com a série de obstáculos que estariam sendo colocados para a implementação de seus projetos de expansão e chegaram a falar sobre a possibilidade de mudança de planos.
A luta por corações e mentes
As indústrias de celulose estão investindo pesado na conquista de corações e mentes no Rio Grande do Sul. O mais recente capítulo dessa ofensiva foi o convite feito pela Stora Enso a um grupo de jornalistas do Estado para visitar a sede da empresa na Finlândia. Integram a comitiva, entre outros e outras: José Barrionuevo, Políbio Braga, Diego Casagrande, Rogério Mendelski, Ana Amélia Lemos, Lucia Ritzel e Afonso Ritter. A maioria dos jornalistas que integraram a comitiva produziu relatos positivos sobre as atividades da empresa.
Um dos mais entusiasmados com o trabalho das empresas de celulose, o jornalista Diego Casagrande escreveu em seu blog: “Os investimentos, que mudarão a face econômica da empobrecida metade sul, tem sido bombardeados por ONGs e pela esquerda em geral, que falam a torto e a direito na criação de desertos verdes. São mentiras e bobagens que repetidas, podem virar verdade na cabeça de muita gente”.
Na campanha eleitoral, as empresas de celulose também ajudaram a financiar campanhas de dezenas de deputados. Ao todo, Aracruz, Stora Enso e Votorantim doaram cerca de R$ 1,360 milhão para 75 candidatos a deputado e governador na última eleição. Segundo informações da Tribunal Superior Eleitoral, a Aracruz lidera a lista de doações. Foram mais de R$ 900 mil doados a campanhas de deputados estaduais e federais.
Entre os candidatos que receberam dinheiro da Aracruz, 21 elegeram-se deputados estaduais (do PP, PMDB, PSDB, PPS, PT e PDT) e 14 deputados federais (do PSB, PFL, PDT, PMDB, PSDB e PP). A Votorantim destinou R$ 348 mil para campanhas eleitorais no RS e a Stora Enso, R$ 103 mil. Uma das campeãs de doações em todo o país, a Aracruz divulgou nota oficial afirmando que as doações são uma “contribuição ao amadurecimento do processo democrático”.
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