O maior oficial de segurança nacional do Irã propôs a países árabes vizinhos, ontem, que o Oriente Médio expulse os militares dos Estados Unidos de suas bases locais, ao mesmo tempo em que propôs que esses países se unam a Teerã em uma aliança de segurança regional.
O oficial, Ali Larijani, disse a líderes árabes presentes em uma conferência nos Emirados Árabes Unidos que a Casa Branca é indiferente a seus interesses, e vai deixá-los de lado assim que não precisarem mais deles. "A segurança e estabilidade da região deve ser obtida e nós devemos fazer isso dentro da região, não trazendo forças estrangeiras", afirmou. Na platéia em Dubai (Emirados Árabes Unidos) estavam não só líderes políticos e empresariais locais, mas também estrangeiros -incluindo norte-americanos.
Larijani assegurou aos líderes árabes que o ouviam que o Irã busca uma "coexistência pacífica" e que ele poderia substituir a rede de bases dos EUA presentes hoje no Oriente Médio, incluindo no Kuait, em Bahrein e no Qatar. Outros países teriam forte treinamento militar e garantias de segurança dos EUA. "O Irã busca a estabilidade regional por meio da integração", disse. "Apoiamos todos os governos muçulmanos na região."
Ressurgimento
Apesar das garantias de cooperação, muitos líderes árabes expressaram desconfiança sobre um eventual ressurgimento de um Irã forte, incluindo por seu suposto apoio a milícias xiitas no Iraque e ao grupo extremista xiita Hizbollah no Líbano.
Também há preocupações sobre o programa nuclear do Irã, que poderia começar a produzir armas nucleares ao invés de energia. Alguns países árabes sunitas como a Arábia Saudita são fortes rivais do Irã, que é de maioria xiita. Mas analistas em países menores como o Kuait -forte aliado dos EUA- disseram que já é complicada a posição de tentar não ser contrário nem ao Irã nem aos americanos.
Influência
Por seu lado, os EUA se preocupam com o possível crescimento da influência iraniana na região, apesar de que muitos especialistas duvidam que países árabes cortariam seus laços militares com o país. Mesmo assim, alguns países menores do Golfo se recusaram a participar recentemente de manobras antiproliferação na região, aparentemente por temerem contrariar o Irã.
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