Crise da água pode afetar 41 milhões no semi-árido
Mais de 70% das cidades com população acima de 5.000 habitantes do semi-árido nordestino enfrentarão crise no abastecimento de água para consumo humano até 2025, independentemente da megaobra de transposição do rio São Francisco, concluiu um estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas). A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 6-12-2006.
Problemas de abastecimento deverão atingir cerca de 41 milhões de habitantes da região do semi-árido e entorno, prevêem pesquisadores da agência, que estimaram o crescimento da população e a demanda por água em cerca de 1.300 municípios dos nove Estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais.Para resolver o problema, o estudo ao qual a Folha teve acesso lista 546 obras. São investimentos calculados em R$ 3,6 bilhões, sobretudo em Pernambuco e na Bahia, Estados que concentram os pontos críticos de abastecimento de água. A maior parte do dinheiro teria de sair da arrecadação de tributos federais, sugere a ANA.
Intitulado "Atlas Nordeste", o estudo não menciona a transposição do São Francisco, projeto de custo estimado em R$ 4,5 bilhões e que desvia uma parcela das águas do rio para quatro Estados do Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco) por meio de canais de concreto.Defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a obra depende de uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para sair do papel.
"A transposição aumenta a segurança hídrica e a oferta de água para outros usos, ela não resolve por si todos os problemas", comentou o diretor-presidente da agência, José Machado. Ele acredita que uma parcela dos municípios pesquisados pela ANA eventualmente dependerá das obras da transposição para o abastecimento humano em períodos mais rigorosos de seca. "São obras complementares", disse.Embora a principal preocupação do "Atlas Nordeste" seja com o colapso no abastecimento de água para o consumo humano, o estudo pesquisou a demanda futura por água para outros usos. Projetos de irrigação e o abastecimento das indústrias exigiriam um volume muito maior: isoladamente, áreas irrigadas precisariam de mais do que o dobro do volume de água destinado ao consumo humano hoje.
Mais de 70% das cidades com população acima de 5.000 habitantes do semi-árido nordestino enfrentarão crise no abastecimento de água para consumo humano até 2025, independentemente da megaobra de transposição do rio São Francisco, concluiu um estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas). A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 6-12-2006.
Problemas de abastecimento deverão atingir cerca de 41 milhões de habitantes da região do semi-árido e entorno, prevêem pesquisadores da agência, que estimaram o crescimento da população e a demanda por água em cerca de 1.300 municípios dos nove Estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais.Para resolver o problema, o estudo ao qual a Folha teve acesso lista 546 obras. São investimentos calculados em R$ 3,6 bilhões, sobretudo em Pernambuco e na Bahia, Estados que concentram os pontos críticos de abastecimento de água. A maior parte do dinheiro teria de sair da arrecadação de tributos federais, sugere a ANA.
Intitulado "Atlas Nordeste", o estudo não menciona a transposição do São Francisco, projeto de custo estimado em R$ 4,5 bilhões e que desvia uma parcela das águas do rio para quatro Estados do Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco) por meio de canais de concreto.Defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a obra depende de uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para sair do papel.
"A transposição aumenta a segurança hídrica e a oferta de água para outros usos, ela não resolve por si todos os problemas", comentou o diretor-presidente da agência, José Machado. Ele acredita que uma parcela dos municípios pesquisados pela ANA eventualmente dependerá das obras da transposição para o abastecimento humano em períodos mais rigorosos de seca. "São obras complementares", disse.Embora a principal preocupação do "Atlas Nordeste" seja com o colapso no abastecimento de água para o consumo humano, o estudo pesquisou a demanda futura por água para outros usos. Projetos de irrigação e o abastecimento das indústrias exigiriam um volume muito maior: isoladamente, áreas irrigadas precisariam de mais do que o dobro do volume de água destinado ao consumo humano hoje.
Minas Gerais
Em toda a região do semi-árido nordestino e entorno, apenas 26,8% dos municípios -a maioria em Minas Gerais- conseguiriam chegar a 2025 com a situação de abastecimento de água para consumo humano considerada "satisfatória" sem os investimentos recomendados pela agência, conclui o estudo.A maior parcela dos municípios (52,8%) com população acima de 5.000 habitantes (com base no censo do IBGE de 2000) enfrentaria "quadro crítico" por problema dos sistemas que levam água desde poços ou barragens até as cidades.
Problemas decorrentes de fontes de água insuficientes atingiriam apenas 2,7% dos municípios. Uma outra parcela de 17,7% enfrentaria, ao mesmo tempo, problemas nas fontes de água, nos sistemas de captação e nas adutoras.
Na região pesquisada, haveria água suficiente para uma população estimada em 8,4 milhões de habitantes em 2025. Outros 41 milhões não teriam garantida a oferta para consumo humano caso não sejam feitos os investimentos recomendados pelo estudo, aponta o "Atlas Nordeste". Esse seria um cenário "otimista", segundo o estudo, no qual estão contempladas medidas para conter perdas de água e melhorar o gerenciamento da demanda.
Detalhes do estudo estarão disponíveis no endereço eletrônico da Agência Nacional de Águas (www.ana.gov.br) a partir de amanhã.
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