A Comissão Européia definiu a sua proposta legislativa para reduzir os gases poluentes dos canos de escape dos automóveis a serem submetidos aos países membros. Bruxelas - onde fica o parlamento da CEE - quer que dentro de cinco anos todos os carros saiam da indústria emitindo no máximo até 120 gramas de CO2 por quilômetro frente aos 162 de hoje. A proposta, porém diferencia carros pequenos e grandes e não agrada alguns países. A indústria automobilística também reagiu fortemente. A notícia é do El País, 08-02-2007. A tradução é do CEPAT.
Os empresários consideram que a proposta "comunitária" encarecerá de forma exorbitante o preço dos automóveis e que países, como a Espanha, onde se fabricam veículos pequenos, terão proporcionalmente um aumento maior no preço final. O setor automotivo foi o único que registrou um importante incremento de emissões de CO2 nos últimos 15 anos. Os gases dos carros representam 25% das emissões européias.
Bruxelas pretende ter pronta a proposta legislativa para o final desse ano ou princípio do próximo, data em que o texto terá que ser submetido à aprovação dos vinte e sete países do Parlamento Europeu. Nesse processo, a legislação poderá sofrer importantes alterações, fruto não apenas dos interesses nacionais, mas também das possíveis vitórias do poderoso lobby automobilístico.
"Adaptaremos os objetivos aos tipos de veículos", disse Günter Verheugen - parlamentar da comissão européia da Indústria e co-patrocinador da iniciativa junto com o responsável "comunitário" do meio-ambiente, Stravos Dimas. Verheugen explicou que as limitações de emissão de CO2 variarão segundo os modelos e tamanhos de carros.
A imposição de diferentes reduções de CO2, segundo os tamanhos dos carros promete gerar forte divisão entre os paises do norte da Europa, sobretudo da Alemanha, onde se fabricam grande parte da frota de carros de maior porte, e os do sul, como Espanha e Itália, onde se fabricam carros menores.
Diversos analistas sustentam que a Comissão Européia optará por diferenciar os tamanhos para beneficiar os fabricantes alemães, cuja oposição inicial às reduções de CO2 vem adiando a semanas a apresentação da proposta de Bruxelas. A chanceler alemã, Ângela Merkel, chegou a advertir que não aceitaria uma lei que penalizasse os carros grandes, os preferidos dos consumidores.
O também alemão, Verheugen se apressou em negar as acusações de proteção a indústria do seu país, ao assegurar que os carros grandes deverão realizar um importante esforço. E deixou claro, que países como a Espanha e Reino Unido, onde se fabricam carros pequenos e médios, figuram entre os que serão os mais afetados. O encarecimento dos automóveis espanhóis que competem com os pequenos carros asiáticos agravará a situação já débil da indústria espanhola.
A indústria de automóvel reagiu com dureza às propostas da Comissão Européia, qualificando-as de "arbitrárias". "Significarão um custo muito alto, quase proibitivo", segundo Ivan Hodac, secretário geral da Associação Européia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), que agrupa 13 montadoras e dá trabalho direto a dois milhões de pessoas e indireto a outros 10 milhões. Hodac, disse que os novos modelos hoje fabricados emitem 13% menos de CO2 na atmosfera. Desse ponto de vista, diz ele, o problema é que a nova regulamentação e exigências técnicas aumentarão o peso dos automóveis e com ele o consumo.
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