Venezuela vai importar carne da Bolívia
Compra para suprir desabastecimento vai ajudar a fomentar a Alba, o acordo de livre comércio alternativo à Alca
Caracas
O governo venezuelano importará na próxima semana da Bolívia 300 toneladas de carne de boi para resolver o problema de desabastecimento do produto no país, informou ontem o encarregado de negócios da embaixada boliviana em Caracas, Jorge Alvarado. Ele acrescentou que a Venezuela também comprará do país andino 7.500 toneladas de feijão, carne de frango, soja em grão e óleo de soja. A Bolívia importará este ano da Venezuela matéria-prima para a produção de plástico, partes elétricas, máquinas agrícolas e rum, informou Alvarado sem revelar números. Ele assegurou que Bolívia e Venezuela têm como meta duplicar a balança comercial em meio ao acordo Alternativa Bolivariana para a América (Alba), que os dois países subscreveram com Cuba, Nicarágua e Equador.
A maior organização empresarial da Venezuela rejeitou ontem a decisão do governo de promover um amplo plano de importações de vários alimentos para enfrentar o desabastecimento de alguns produtos. “As importações limitam a possibilidade de criar valor agregado e empregos”, disse José Luis Betancourt, presidente da Federação de Câmaras e Associações de Comércio (Fedecâmaras).
A Associação Nacional de Supermercados e Auto-serviços (Ansa) levantou na quarta-feira a possibilidade de recorrer a importações de carne para suprir o mercado local. Os grandes supermercados se negaram a comprar carne dos produtores locais, que a estão vendendo a preços que não deixam nenhuma margem de lucro sobre o valor final do produto, que está sujeito a controle de preços desde 2003. A Federação Venezuelana de Pecuaristas criticou a decisão do governo e da Ansa de importar carne, alegando que a medida põe em risco as empresas locais e as fontes de emprego.
Ainda ontem, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, iniciou a nacionalização da maior companhia privada de energia elétrica do país, assinando um acordo para comprar 82,14% das ações da Eletricidad de Caracas da empresa americana AES Corp. por US$ 739 milhões.
AP E AFP
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