Brasil Foods (BRF) será o nome da nova companhia que surgirá da união entre Sadia e Perdigão. O nome da futura maior empresa de alimentos industrializados do Brasil será em inglês, mas Brasil será grafado com s, como na língua portuguesa, não com o z do inglês.
A reportagem é de Maria Cristina Frias e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-05-2009.
O negócio poderá ser fechado hoje, mas, ontem à noite, ainda não se sabia precisar quando exatamente será assinado.
"Pode sair a qualquer momento, estamos de prontidão, mas ontem não foi possível porque há muito detalhamento jurídico. Questões fundamentais já foram ultrapassadas, e o negócio está em fase de finalização", disse um executivo que participa das negociações entre as empresas. Advogados, profissionais de banco e das duas empresas estão reunidos há dias, trabalhando intensamente. Para o executivo, a sinergia obtida com a BRF será maior no exterior e imediata. Haverá ganhos de logística, de meios de produção e em outras áreas.
A nova companhia será a maior exportadora de produtos de carne processada do mundo. Será também a terceira maior exportadora brasileira, atrás de Petrobras e Vale do Rio Doce, mas " a única que levará a marca brasileira para a mesa de consumidores no mundo todo", afirma. Sadia e Perdigão hoje competem entre si em mais de cem países.
O banco e a corretora ficarão de fora da nova empresa por exigência das duas partes. O acordo não poderia acontecer com a área financeira, segundo uma fonte que participou de muitos encontros para fechar o acordo, que chegaram a reunir até 20 pessoas na sala.
Os percentuais com que ficarão as partes, divulgados pela imprensa, são aproximados, porém não são corretos, segundo um executivo. Especula-se que o acordo tenha sido firmado na base de pouco mais de 30% para Sadia e de pouco menos de 70% para a Perdigão.
A BRF terá dois copresidentes em seu conselho de administração, Nildemar Secches, da Perdigão, e Luiz Fernando Furlan, da Sadia. O mandato no conselho será de dois anos.
Na nova empresa, aproximadamente 45% de vendas serão destinadas ao mercado externo, e 55%, ao mercado interno.
A união das duas trará ganhos principalmente no exterior. Produtos da Perdigão, como os lácteos, que a Sadia não produz, poderão ser oferecidos a mercados em que a Sadia está bem posicionada no exterior, como no Chile, onde já vende margarina. Ambas passam a vender os produtos uma da outra, sem a necessidade de construção de novas fábricas.
Com a operação mais diversificada, haverá mais segurança, afirma um dos executivos, que diz acreditar que todos ganham com a nova estrutura, clientes, funcionários, acionistas e fornecedores.
As negociações, que desembocaram no acordo firmado, começaram meses atrás. É a quarta ou quinta tentativa de união entre Perdigão e Sadia.
Quando o negócio for assinado, as companhias passarão por um período de transição, em que terão que aguardar até que a BRF seja aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
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