A Rússia espera que a Cimeira de Nice, que se irá realizar a 14 de Novembro em França, relance as relações bilaterais com a União Europeia, responsabilizando Bruxelas pela sua pausa.
A Cimeira UE-Rússia de Khanta-Mansiisk, realizada em Junho passado, deveria pôr fim à estagnação nas relações bilaterais dos anos anteriores e abrir uma "nova fase" dos contactos, nomeadamente no que respeitava à assinatura do novo Acordo Estratégico que norteia as relações entre Moscovo e Bruxelas.
Porém, a "nova fase" foi curta e terminou quando as tropas russas, em Agosto passado, entraram no território georgiano a pretexto da "defesa da segurança dos cidadãos da Rússia residentes na Ossétia do Sul", região separatista da Geórgia.
Na Cimeira Extraordinária da UE, realizada a 01 de Setembro, os 27 praticamente congelaram as relações com Moscovo e, por isso, a reunião de Nice poderá servir para que a Rússia e a UE definam posições quando à cooperação futura.
"A União Europeia decidiu que já 'castigou' suficientemente a Rússia pela "guerra do Cáucaso" e "pode pôr fim à pausa diplomática no processo de estabelecimento de novas relações de parceria com Moscovo", escreve Andrei Fediachin, comentador político da agência oficiosa RIA Novosti.
Fediachin não esconde que o Kremlin continua a apostar nas divisões no interior dos 27 face à Rússia.
"Na última reunião de Bruxelas, a Lituânia (país que se opõe ao reatamento das conversações com Moscovo sobre a assinatura do novo Acordo Estratégico) teve uma surpresa desagradável. Contava com o apoio da Polónia, da Grã-Bretanha e dos "vikings", mas nada recebeu além da traição... A União precisa de avançar com as conversações porque alguns países da UE (não se enumeram abertamente, mas trata-se da Itália, Alemanha e França) já estavam prontos para assinar acordos bilaterais com a Rússia", acrescenta.
"Para a UE, a Rússia não é apenas uma fonte de gás. A Rússia é um enorme mercado de consumo da produção europeia. E com mercados desses não se discute", sublinha o analista.
A troca de mercadorias entre a Rússia e a UE cresceu, até aos finais de Outubro, 37 mil milhões de euros em comparação com o mesmo período de 2007 e atingiu 170 mil milhões de euros.
Moscovo não esconde que a sua intenção é virar-se para novos mercados. Se, na doutrina externa da Rússia aprovada em 2000, as relações com a UE tinham uma "importância fulcral", num documento análogo aprovado em 2008, a UE passa a ser apenas "um dos parceiros fundamentais económicos, comerciais e da política externa".
Mas a crise financeira e económica mundial veio "baralhar as cartas" ao Kremlin.
"A crise económica mundial demonstrou que, primeiro, a Rússia, a Europa e os Estados Unidos encontram-se no mesmo barco e, segundo, são as empresas russas que devem aos bancos ocidentais, e não o contrário", considera Arkadi Moshes, especialista em relações internacionais.
"Além disso, continua a aumentar o saldo comercial negativo com a China numa situação em que a última não pretende pagar, ao contrário da Europa, preços de mercado pelos hidrocarbonetos russos", acrescenta.
Nesta situação, Nice poderá reavivar o diálogo, mas não é completamente claro o rumo que vai tomar.
"O início das conversações não significará um salto. O salto será dado no seu fim", prognostica Vladimir Tchijov, embaixador russo junto da UE.
A Cimeira UE-Rússia de Khanta-Mansiisk, realizada em Junho passado, deveria pôr fim à estagnação nas relações bilaterais dos anos anteriores e abrir uma "nova fase" dos contactos, nomeadamente no que respeitava à assinatura do novo Acordo Estratégico que norteia as relações entre Moscovo e Bruxelas.
Porém, a "nova fase" foi curta e terminou quando as tropas russas, em Agosto passado, entraram no território georgiano a pretexto da "defesa da segurança dos cidadãos da Rússia residentes na Ossétia do Sul", região separatista da Geórgia.
Na Cimeira Extraordinária da UE, realizada a 01 de Setembro, os 27 praticamente congelaram as relações com Moscovo e, por isso, a reunião de Nice poderá servir para que a Rússia e a UE definam posições quando à cooperação futura.
"A União Europeia decidiu que já 'castigou' suficientemente a Rússia pela "guerra do Cáucaso" e "pode pôr fim à pausa diplomática no processo de estabelecimento de novas relações de parceria com Moscovo", escreve Andrei Fediachin, comentador político da agência oficiosa RIA Novosti.
Fediachin não esconde que o Kremlin continua a apostar nas divisões no interior dos 27 face à Rússia.
"Na última reunião de Bruxelas, a Lituânia (país que se opõe ao reatamento das conversações com Moscovo sobre a assinatura do novo Acordo Estratégico) teve uma surpresa desagradável. Contava com o apoio da Polónia, da Grã-Bretanha e dos "vikings", mas nada recebeu além da traição... A União precisa de avançar com as conversações porque alguns países da UE (não se enumeram abertamente, mas trata-se da Itália, Alemanha e França) já estavam prontos para assinar acordos bilaterais com a Rússia", acrescenta.
"Para a UE, a Rússia não é apenas uma fonte de gás. A Rússia é um enorme mercado de consumo da produção europeia. E com mercados desses não se discute", sublinha o analista.
A troca de mercadorias entre a Rússia e a UE cresceu, até aos finais de Outubro, 37 mil milhões de euros em comparação com o mesmo período de 2007 e atingiu 170 mil milhões de euros.
Moscovo não esconde que a sua intenção é virar-se para novos mercados. Se, na doutrina externa da Rússia aprovada em 2000, as relações com a UE tinham uma "importância fulcral", num documento análogo aprovado em 2008, a UE passa a ser apenas "um dos parceiros fundamentais económicos, comerciais e da política externa".
Mas a crise financeira e económica mundial veio "baralhar as cartas" ao Kremlin.
"A crise económica mundial demonstrou que, primeiro, a Rússia, a Europa e os Estados Unidos encontram-se no mesmo barco e, segundo, são as empresas russas que devem aos bancos ocidentais, e não o contrário", considera Arkadi Moshes, especialista em relações internacionais.
"Além disso, continua a aumentar o saldo comercial negativo com a China numa situação em que a última não pretende pagar, ao contrário da Europa, preços de mercado pelos hidrocarbonetos russos", acrescenta.
Nesta situação, Nice poderá reavivar o diálogo, mas não é completamente claro o rumo que vai tomar.
"O início das conversações não significará um salto. O salto será dado no seu fim", prognostica Vladimir Tchijov, embaixador russo junto da UE.
Um comentário:
Dica de leitura...Textos ácidos e sarcásticos, pra quem quer ficar por dentro dos assuntos políticos e dos últimos acontecimentos de forma leve.
www.mosaicodelama.blogspot.com
Boa leitura!
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