O governo federal precisa reduzir a taxa básica de juros, a Selic, e investir mais em saúde em educação para aumentar a renda do trabalhador e a geração de empregos. Essa é a principal conclusão do estudo divulgado nesta quarta-feira em Brasília pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo estimativas, a principal fonte de renda em 2011 deverá vir do trabalho, já que neste ano os assalariados deverão responder por 45,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O índice é o mesmo alcançado em 1990, quando iniciou a abertura da economia mundial e a desigualdade na distribuição de renda aumentou. Atualmente, os trabalhadores respondem por 40% da renda nacional.
A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 12-11-2008.
Devido a essa nova conjuntura, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, defende a redução da taxa Selic, hoje mantida em 13,75%, e o aumento dos investimentos do governo federal em saúde, educação e em obras, como construção de escolas e hospitais. Para isso, o economista afirma que é necessário reduzir os gastos com o pagamento da dívida pública.
"A distribuição de renda no Brasil vem melhorando em um período bem recente, justamente porque há uma combinação de uma melhor distribuição, houve uma redução entre os que ganham mais e os que ganham menos. Ao mesmo tempo, estamos tendo uma melhor participação dos salários na renda nacional. Toda vez que aumenta os salários e reduz a desigualdade entre os salários, o país apresenta um sinal de redução da desigualdade", diz.
Nos anos 50, a participação dos trabalhadores no PIB nacional chegou a 56%. Para Pochmann, é necessário voltar a esse parâmetro para que reduzir a diferença entre a renda dos trabalhadores e dos proprietários. A diminuição da taxa básica também é importante, já que atualmente não há inflação no consumo e os principais afetados com os juros altos são a população mais pobre.
Sobre as medidas adotadas pelo governo federal para conter os efeitos da crise mundial no Brasil, o economista afirmou que os bancos e as instituições financeiras não estão expandindo o crédito em troca das concessões públicas.
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