O Washington Mutual (WaMu), fundado em 1889, tornou-se o maior colapso bancário da História dos Estados Unidos. Desde o último dia 15, o WaMu sofreu saques de US$ 16,7 bilhões. O banco, comprado na noite de quinta-feira pelo JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão, tem US$ 307 bilhões em ativos. Isso passa, e muito, os US$ 40 bilhões do Continental Illinois National Bank, que quebrou em 1984 (US$ 68 bilhões em dólares de hoje). Ironicamente, o WaMuWaMu deve pedir falência em breve. sucumbiu à crise do crédito de 2008 depois de ter sobrevivido à Grande Depressão dos anos 1930. Um analista da Merrill Lynch afirmou em nota que o
A notícia é do jornal O Globo, 27-09-2008.
O banco tinha US$ 188 milhões em depósitos, segundo as autoridades reguladoras, 43.198 funcionários e 2.239 agências em 15 estados americanos. O órgão regulador do setor bancário afirmou que “com liquidez insuficiente para cumprir suas obrigações, o WaMu estava em condições inseguras e instáveis para operar”.
A negociação de suas ações foi suspensa na Bolsa de Nova York depois de caírem 90% na quinta-feira, para meros US$ 0,16. O WaMu opera com depósitos de poupança e empréstimos a pessoas físicas e pequenas empresas.
Com intervenção, acionistas ficam de mãos vazias Devido ao passivo do WaMu, que inclui hipotecas de risco, o JPMorgan fará uma baixa contábil de US$ 31 bilhões no balanço da instituição. O WaMu é a segunda grande aquisição do JPMorgan este ano. Em março, ele levou o banco de investimento Bear Stearns por US$ 1,4 bilhão, com ajuda do governo. O JPMorganBank of America Segundo a Bloomberg News, ele ficaria como o maior em depósitos. é hoje o segundo maior banco dos EUA em ativos, atrás do
Na sede do banco, em Seattle, o clima era de tensão. No saguão, há a réplica de uma sala de estar, símbolo do financiamento imobiliário. Uma placa na parede diz “Os primeiros 118 anos foram só o começo”.
— Não esperamos ter nossos empregos dentro de uns dois meses — disse Bryan Johnson, consultor sênior.
— Saímos ontem (quinta-feira) à noite e nos embebedamos. Provavelmente faremos isso de novo hoje (ontem).
O colapso do WaMu era esperado há algum tempo devido às grandes perdas com hipotecas.
Em dezembro de 2007, o banco suspendeu suas operações com subprime, as hipotecas de alto risco. No segundo trimestre deste ano, teve prejuízo recorde de US$ 3 bilhões.
O Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC), responsável pelo setor bancário, afirmou em nota que o WaMu estava sob severa pressão de liquidez. A presidente do FDIC, Sheila Bair, assegurou que, para os clientes do WaMu, será apenas a combinação de dois bancos:
— Não haverá interrupção nos serviços.
Como o WaMu sofreu intervenção do FDIC antes de ser comprado pelo JPMorgan, os papéis dos acionistas perderam o valor. Ou seja, investidores como a TPG Capital, que coordenou uma injeção de US$ 7 bilhões no banco no primeiro semestre, ficaram de mãos vazias.
O JPMorgan informou que, com a compra do WaMu, ficará com 5.400 agências em 23 estados e que planeja fechar menos de 10% das agências das duas instituições. Para financiar a operação, o JPMorgan vendeu 246,9 milhões de ações ordinárias (ON, sem direito a voto), por US$ 10 bilhões.
— É definitivamente um bom negócio para o JPMorgan — disse Sebastian Hindman, analista do SNL Financial.
Papéis do Wachovia chegaram a cair 37% em NY
Depois do WaMu, ontem foi a vez do Wachovia, o sexto maior banco dos EUA em ativos, procurar um comprador. O “New York Times” revelou, citando fontes próximas às discussões, que o Wachovia estaria em negociação com o Citigroup.
Já o “Wall Street Journal” informou que o Wachovia estaria discutindo uma possível fusão com Citigroup, Santander e Wells Fargo, também citando fontes próximas às negociações.
Segundo o “Journal”, executivos do banco passarão o fim de semana em Nova York em negociações. O Wachovia não quis comentar os rumores.
Ontem as ações do banco caíram 27%, tendo recuado até 37% durante o pregão em Nova York. Seu valor de mercado é de US$ 21,6 bilhões. No início deste mês, o Wachovia chegou a discutir uma fusão com o Morgan Stanley, que não foi adiante.
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