Por Júlio
Nassif,
O paralelo com a crise de 1929 talvez possa ser feito apenas com a extensão da atual crise e no fato de esta também poder ter alcance planetário.
No entanto, registre-se que a crise de 1929 teve muito mais efeito na economia real porque partiu dela, sendo a bolsa a financiadora da expansão continuada da produção industrial, sem que houvesse de fato um consumo tão acentuado.
Lembremos de alguns fatos:
1- A emergência dos EUA como potência após a 1ª guerra coincidiu com a expansão da produção, principalmente para exportação (Europa);
2- Menos de uma década depois, com a Europa já parcialmente recuperada, continuou-se a financiar a expansão produtiva, alavancando no sistema financeiro os investimentos para isso, resultando numa superprodução, com estoques cada vez maiores.
3- Quando tudo isso ruiu, mais de 90 mil empresas desapareceram, mas poucos bancos foram afetados. O desemprego atingiu cerca de 25% da PEA americana em 1933, o que foi atenuado pelos projetos de frentes de trabalho do New Deal - mais de 2 milhões de vagas de trabalho em projetos de infra-estrutura.
4- Não sabemos quanto tempo de fato demoraria a recuperação dos EUA se não fosse o esforço para a 2ª Guerra, finda a qual conduziu à "era de ouro" do capitalismo americano e europeu (Hobsbawm).
Assim, o otimismo exagerado de uma guerra conduziu ao colapso econômico, e o advento de outra realizou o milagre da recuperação.
A análise gaúcha
O Roberto São Paulo colocou nos comentários trechos de estudos da Revista Análise Econômica da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS-A Universidade Federal do Rio Grande do Sul edição 42
Clique aqui para ter acesso aos trabalhos abaixo relacionados:
Sumário (artigos em formato pdf)
1. Fatos Estilizados e Correlação no Setor Bancário Brasileiro
Igor Alexandre C. de Morais
2. Política Monetária, Expectativas e Derivativos: Uma Análise do Brasil no Período 1995-98
Rogério Sobreira
3. O Federal Reserve em dois momentos distintos: Atuação na Grande Depressão e no final dos Anos 1990
Robson Rodrigues Pereira
4. Basiléia 2 e Economias Emergentes: Uma abordagem média-variância
Otaviano Canuto e Antônio José Meirelles
5. Vulnerabilidades externas e internas das economias emergentes e padrão de contágio. A experiência da década de 1990.
Milton Pereira de Assis
6. Endividamento Público e Impactos sobre Fluxos de Capitais, Risco-País e Diferencial de Juros no Brasil (1995-2002): Modelo VAR e Testes de Causalidade
Flávio Vilela Vieira
7. Metas sociais de programas de microcrédito financeiramente viáveis
Fernando Batista Pereira e Marco Crocco
8. Estrutura Produtiva e Performance Econômica das Economias Estaduais Brasileiras na Década de Noventa
Adelar Fochezatto
9. Historia Económica y Teoría Económica: Encuentros y Desencuentros
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